quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Mudanças na pós-graduação nas universidades públicas de São Paulo

As universidades públicas de São Paulo estão promovendo reformas significativas em seus programas de pós-graduação com o intuito de torná-los mais acessíveis e atraentes para os estudantes. As iniciativas buscam integrar conteúdos atualizados e oportunidades de atividades externas, visando uma adesão maior entre os alunos a partir de 2025. Este projeto abrangerá instituições que alcançaram notas 6 ou 7 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

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Acordo entre Instituições e Capes

Para viabilizar as mudanças, foi assinado um protocolo de intenções que envolve a Capes, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e sete universidades: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do ABC (UFABC) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Cenário Atual da Pós-Graduação no Brasil

Recentemente, o presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago, destacou uma crise na pós-graduação brasileira, evidenciada pela redução no número de graduados e novos inscritos. Em particular, a USP registrou uma queda de 15% nas titulações de mestrado e 10% no doutorado, além de uma diminuição de 20% a 30% nas novas matrículas, um fenômeno que se reflete nacionalmente.

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Motivos para a Queda de Inscrições

Entre os fatores que contribuem para essa baixa procura por cursos de pós-graduação, Zago mencionou a desmotivação dos jovens em relação ao ensino superior e à adequação das bolsas de estudo, que muitas vezes não cobrem os custos básicos do aluno. A escassez de recursos destinados a institutos de pesquisa e universidades, especialmente fora de São Paulo, também tem levado muitos jovens a buscar oportunidades no exterior.

Desafios Burocráticos da Pós-Graduação

Zago apontou que a burocratização dos cursos de pós-graduação aumentou ao longo dos anos, com a inclusão de disciplinas teóricas e a exigência de créditos e atividades adicionais, que, segundo ele, distorcem a verdadeira essência da formação em pesquisa. Assim, a proposta é reverter essa tendência, focando no treinamento relacionado ao método científico, que é crucial para a formação dos futuros pesquisadores e docentes.

Medidas para Atração de Estudantes

Para tornar a pós-graduação mais atrativa, o presidente da Fapesp sugeriu um aumento no valor das bolsas, a inclusão do pagamento da previdência social e a redução do tempo de obtenção do título, além de uma diminuição na burocracia. Um modelo proposto consiste na possibilidade de que, após um ano de mestrado, ao menos 30% dos alunos sejam promovidos automaticamente para o doutorado, com um tempo total de formação podendo ser reduzido para cinco anos.

Compromissos com as Bolsas

O novo acordo entre as universidades implica que a Capes oferecerá bolsas de doutorado aos alunos de mestrado que decidirem avançar para o doutorado, além de complementar bolsas de pós-doutorado em programas que implementarem mudanças. A Fapesp se compromete a equiparar o valor dessas bolsas ao que oferece em suas próprias modalidades, buscando fortalecer a formação acadêmica no estado.

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Leticia Aguiar

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