Durante a cerimônia de encerramento da Cúpula do G20 Social, realizada no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a inclusão de um “terceiro pilar” para o grupo, ao lado dos já estabelecidos pilares político e financeiro. Lula enfatizou que este novo componente representa a vontade coletiva em busca de um mundo mais democrático e justo.
Lula destacou a importância da interação entre representantes da sociedade civil e líderes das principais economias globais, afirmando que, pela primeira vez, grupos de engajamento puderam dialogar diretamente com chanceleres e presidentes de Bancos Centrais. Ele avaliou esse momento como um avanço significativo na trajetória do G20, permitindo que diversas vozes fossem ouvidas e que suas demandas fossem consideradas.
O presidente ressaltou que as nações que compõem o G20 têm a responsabilidade de promover mudanças significativas, mencionando a necessidade de fomentar o empreendedorismo e a autonomia econômica das mulheres. Lula também aludiu à adoção do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 18, que trata da igualdade racial, e ao incentivo a iniciativas climáticas com o intuito de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius.
No encerramento de sua fala, Lula enfatizou que a mobilização social é crucial para impulsionar várias iniciativas, incluindo:
- Aumento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e uma melhor tributação dos super-ricos;
- Triplicação do uso de energias renováveis e antecipação da neutralidade de emissões;
- Promoção da reforma na Governança Global, visando instituições mais representativas.
Ele também comentou que a presidência brasileira deixou um legado, mas que ainda há um longo caminho a ser percorrido para melhorar a vida da população, ressaltando a necessidade de uma conexão mais próxima entre governos e cidadãos.
Lula defendeu a necessidade de o G20 discutir medidas para reduzir o custo de vida e promover “jornadas de trabalho mais equilibradas”. Ele se comprometeu a levar as recomendações da declaração final aos demais líderes, em colaboração com a África do Sul, que assumirá a presidência do G20 em dezembro.
Ronald Lamola, ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, afirmou que o país está preparado para assumir a presidência do G20 em 2025 e que dará continuidade à proposta do G20 Social. Lamola destacou o desejo de incluir movimentos sociais nesse novo formato de discussão, colocando ênfase na cooperação entre os países membros para enfrentar desafios globais.
O chanceler sul-africano ressaltou a necessidade de corrigir o desequilíbrio na distribuição de recursos destinados ao combate das mudanças climáticas, apontando que o Sul Global recebe apenas 3% do suporte financeiro global. Ele pediu que as metas do milênio continuem sendo uma prioridade na agenda internacional.