quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Nem no recreio: especialistas em educação questionam uso de celular nas escolas

O uso de celulares por crianças e adolescentes nas escolas tem gerado debates acalorados entre especialistas da educação, que alertam para os riscos e prejuízos associados ao seu uso em ambiente escolar. Professores renomados, como Claudia Costim, ex-diretora de educação do Banco Mundial, Luciano Meira, especialista em gameficação, e Rossandro Klinjey, psicólogo focado em educação emocional, compartilham preocupações sobre a presença dos dispositivos móveis no cotidiano escolar.

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Durante o evento REC’n’Play, em Recife, o tema da proibição dos celulares em sala de aula foi discutido à luz de um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional. Recentemente, o projeto recebeu aprovação na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, indicando que a questão está ganhando atenção legislativa.

A professora Claudia Costim defende que o uso de celulares deve ser rigorosamente controlado. Ela ressalta que crianças e adolescentes, devido à imaturidade do córtex pré-frontal, não possuem a autorregulação necessária para lidar com esses dispositivos. “Nem mesmo no recreio deve-se usar celulares, pois isso prejudica o aprendizado social e o desenvolvimento de habilidades interativas”, argumenta. A educadora sugere que ferramentas não portáteis, como notebooks e tablets, sejam preferidas em contextos pedagógicos.

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Luciano Meira, professor da Universidade Federal de Pernambuco, chama a atenção para a falta de uma estratégia pedagógica adequada que permita o uso educativo dos celulares. Ele acredita que a proibição pode, em alguns casos, apoiar famílias que enfrentam dificuldades em controlar o uso da tecnologia em casa. No entanto, Meira destaca que a restrição pode acentuar desigualdades, já que muitas crianças dependem das tecnologias disponíveis na escola.

Rossandro Klinjey, por sua vez, afirma que os impactos negativos do uso do celular em sala de aula são evidentes e sugere a necessidade de controle em relação ao tempo de utilização. “Não se trata de demonizar a tecnologia, mas sim de gerenciar o seu uso de maneira eficaz, especialmente fora do ambiente escolar”, diz Klinjey.

A professora Claudia Costim também ressalta a importância de integrar tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, no currículo escolar. Para ela, é crucial aproveitar essas ferramentas de forma pedagógica, preparando os alunos para navegar com segurança nas redes sociais. Costim acrescenta que regulamentação e formação de professores são essenciais para garantir que as novas tecnologias sejam utilizadas de forma ética e produtiva.

Com a crescente ubiquidade dos dispositivos móveis, o debate sobre o uso do celular nas escolas se torna cada vez mais relevante. Especialistas concordam que a formação adequada de educadores e a implementação de políticas públicas são fundamentais para promover um ambiente de aprendizado mais saudável e equitativo.

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