A partir de hoje (04), o Brasil implementa uma alteração significativa em seu esquema de vacinação contra a poliomielite. As tradicionais gotinhas da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), usadas para as duas doses de reforço, agora estarão sendo substituídas por uma vacina inativada poliomielite (VIP), que será administrada por meio de injeção.
Com a nova determinação, o esquema de imunização contra a poliomielite será inteiramente baseado na vacina injetável. O Ministério da Saúde esclarece que a mudança foi pautada em critérios epidemiológicos, evidências científicas e recomendações de organizações internacionais de saúde, com o objetivo de aumentar a segurança da imunização.
Até então, o calendário de vacinação previa a administração de três doses da VIP nos primeiros meses de vida (2, 4 e 6 meses), seguidas por duas doses de reforço da VOPb aos 15 meses e aos 4 anos. Com a nova diretriz, será adotada uma única dose de reforço da VIP aos 15 meses. A nova pauta vacinal fica assim definida:
- 2 meses: 1ª dose
- 4 meses: 2ª dose
- 6 meses: 3ª dose
- 15 meses: dose de reforço
A poliomielite, popularmente chamada de paralisia infantil, é uma doença altamente contagiosa causada pelo poliovírus. A infecção se dá principalmente por meio do contato direto com fezes ou secreções de indivíduos infectados. Em casos mais severos, a doença pode levar à paralisia, especialmente nos membros inferiores.
A transmissão da poliomielite é favorecida pela falta de saneamento básico e condições higienas inadequadas. Os sintomas da doença costumam variar, sendo que muitas infecções podem ser assintomáticas. Quando se manifestam, os sintomas incluem febre, mal-estar, dor de cabeça, dores no corpo e vômitos. Nos casos mais graves, a doença pode causar espasmos e rigidez na nuca, resultando em meningite.
A infecção pelo poliovírus pode trazer diversas sequelas, especialmente quando atinge a medula e o cérebro. Entre as possíveis sequelas, destacam-se:
- Problemas nas articulações e dor;
- Pé torto, que pode dificultar a locomoção;
- Assimetria no crescimento das pernas, contribuindo para a escoliose;
- Osteoporose;
- Paralisia de um ou ambos os membros inferiores;
- Paralisia dos músculos responsáveis pela fala e deglutição;
- Atrofia muscular;
- Dificuldades na fala;
- Hipersensibilidade ao toque.