sábado, 23 de novembro de 2024

Reunião Global de Educação solicita prioridade no financiamento do setor

Representantes de países de todo o mundo se reuniram na Reunião Global de Educação, realizada em Fortaleza (CE), e unificaram esforços para aumentar o investimento no setor educacional, tanto em nível nacional quanto global. O encontro, organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), contou com a participação de 51 ministérios e mais de 650 participantes, entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro, culminando na elaboração da Declaração de Fortaleza.

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Aumentar os investimentos em educação é considerado uma prioridade não apenas por razões morais, mas também como uma estratégia econômica essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O relatório de Monitoramento Global da Educação (GEM) 2024, divulgado na abertura da reunião, destacou uma queda média de 0,4 ponto percentual nos gastos com educação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) global.

Na América Latina e no Caribe, a situação não é diferente. O investimento em educação nesta região diminuiu de uma média de 4,6% do PIB em 2010 para 4,2% em 2022. O documento final apela para que as nações adotem medidas tanto nacionais quanto internacionais para reverter essa tendência.

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Entre as sugestões estão o aumento da ajuda financeira a países que ainda lutam para atingir as metas educacionais dos ODS e a necessidade de renegociar dívidas externas insustentáveis em troca de compromissos com a educação. Para o Brasil, o investimento em educação em 2022 alcançou 5,5% do PIB, levemente acima das médias regionais, mas ainda aquém dos 10% recomendados pelo Plano Nacional de Educação (PNE).

Durante uma coletiva, a diretora-geral adjunta de Educação da Unesco, Stefania Giannini, ressaltou que, embora haja alguns avanços, as desigualdades ainda são alarmantes. Atualmente, 33% das crianças no Sul Global estão fora da escola, em contraste com apenas 3% no Norte Global. Giannini também expressou sua esperança de que a Declaração de Fortaleza influencie a reunião do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro, priorizando assim a educação em nível global.

No contexto brasileiro, o ministro da Educação, Camilo Santana, reafirmou seu compromisso em proteger os investimentos educacionais, mesmo diante da revisão de gastos do governo federal. Ele enfatizou que tanto ele quanto o presidente Lula acreditam que é necessário aumentar os investimentos em educação.

A Reunião Global de Educação visa alinhar as estratégias dos países para cumprir a Agenda 2030, que abrange os 17 ODS, incluindo o ODS 4, que se concentra na educação inclusiva e de qualidade. A colaboração internacional é essencial para enfrentar os desafios educacionais e garantir que oportunidades de aprendizagem sejam acessíveis a todos.

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