sábado, 23 de novembro de 2024

Aproximadamente 77 mil mulheres esperam por mamografia no SUS

Em junho de 2023, aproximadamente 77.243 mulheres estavam na lista de espera por mamografias no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os estados brasileiros, Santa Catarina destaca-se com cerca de 17 mil mulheres aguardando o exame, seguido por São Paulo com 15 mil e Rio de Janeiro com 12,5 mil. Juntas, essas três unidades da federação representam 56% do total de pacientes que esperam pelo exame crucial para a detecção precoce do câncer de mama. As informações foram divulgadas pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) na última quinta-feira (31).

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De acordo com o CBR, em algumas regiões do país, o tempo de espera por uma mamografia pode chegar a impressionantes 80 dias. A realização do exame em tempo adequado é fundamental, pois permite a detecção precoce de alterações mamárias, aumentando significativamente as chances de tratamento bem-sucedido e reduzindo a necessidade de procedimentos invasivos e custosos. O CBR ressalta que os dados refletem a sobrecarga do SUS e devem ser considerados pelos novos gestores de saúde pública que assumirão cargos após as eleições municipais.

Atenção à Subnotificação

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O CBR também alertou que a fila de espera por mamografias no SUS pode ser maior do que os números oficiais indicam. Isso se deve ao fato de que o SISREG (Sistema de Regulação), do Ministério da Saúde, que deveria coletar informações de forma centralizada, depende das secretarias estaduais e municipais para a atualização dos dados. Um caso emblemático é o do Distrito Federal, onde o sistema indicava 306 pacientes na fila, enquanto dados da imprensa local apontam que esse número real pode chegar a 3,6 mil, ou seja, dez vezes mais.

A desigualdade na distribuição de mamografias e o tempo médio de espera entre as regiões do Brasil são motivo de preocupação para o CBR, que clama por intervenções eficazes e políticas públicas que garantam um acesso equitativo aos diagnósticos.

Um estudo recente do Instituto Nacional de Câncer (INCA) sobre o controle do câncer de mama no Brasil revela que os longos períodos entre a solicitação médica e a emissão dos laudos dificultam a adesão da população aos exames de rastreamento. Em 2023, apenas 48,8% das mamografias de rastreamento tiveram laudos liberados em até 30 dias após a solicitação, enquanto cerca de 36% dos laudos foram entregues após mais de 60 dias de espera. A agilização desses processos é vital para elevar a taxa de detecção precoce e, consequentemente, as taxas de cura do câncer de mama.

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