Mas afinal, o que é depressão?
A depressão é um transtorno de humor que de acordo como DSM-V é caracterizada por um grau de tristeza muito grave ou persistente, podendo acabar interferindo no dia a dia da pessoa, diminuindo o seu interesse ou prazer em suas atividades diárias.
Os principais sintomas são humor deprimido, anedonia (incapacidade de sentir prazer em atividades normalmente agradáveis), cansaço excessivo, falta de concentração, baixa autoestima, ideias de culpa e inutilidade (que podem ou não vir acompanhadas de ideação suicida), mudança nos hábitos de sono e apetite.
É imprescindível o acompanhamento psiquiátrico e psicológico, tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
Causas e tratamento
Já foi dito que a causa da depressão são os fatores psicossociais, mas hoje em dia entende-se que o transtorno depressivo é o que desencadeia as condições psicológicas e sociais, a depressão é ocasionada por uma disfunção química no cérebro devido a alterações de neurotransmissores.
Os principais são serotonina, dopamina e noradrenalina que são os neurotransmissores responsáveis por nos proporcionar a sensação de bem-estar.
Dessa forma, além do acompanhamento psicológico é importante que o médico psiquiatra indique o tratamento medicamentoso necessário para reduzir e controlar os sintomas, para que seja regulada as funções dos neurotransmissores responsáveis pela satisfação e equilíbrio emocional.
E a gestante? Pode fazer uso de antidepressivo?
Sobre o uso de remédios antidepressivos durante a gestação, ainda não é possível mensurar todos os riscos da exposição do feto a qualquer medicamento psicotrópico, mas em se tratando de uma mulher com histórico de depressão e que apresentam sintomas depressivos durante a gestação vale ponderar o que pode afetar mais o bebê, se a exposição à medicação ou se o quadro depressivo da mãe vai prejudicar o desenvolvimento fetal.
Durante a gestação, mãe e bebê são um só organismo, assim fármacos psicoativos atravessam a placenta e podem expor o feto a algum grau de risco, por outro lado, a depressão apresenta alteração hormonal e esses hormônios liberados pela mãe também atravessam a placenta, pois é uma única corrente sanguínea.
Por essa razão os sentimentos que a gestante vive com mais intensidade vai construindo o psiquismo do indivíduo em formação.
Acompanhamento médico
O mais sensato é que gestantes com históricos de depressão não interrompam o uso da medicação subitamente, que seja realizado acompanhamento psiquiátrico e informado ao Obstetra todo histórico de saúde da gestante, incluindo o de saúde mental.
Nesses casos é de extrema importância o pré-natal psicológico e acompanhamento psicológico daquela gestante, para que possa lidar com as especificidades da gestação bem como dos sintomas depressivos apresentados.
Concluindo…
Parte da personalidade do filho é formada com base nos sentimentos que a mãe tinha enquanto estava grávida, assim é importante que as gestantes esperem por seus bebês de uma forma mais tranquila e saudável.
Na verdade, em qualquer gestação o ideal é que a gestante faça o acompanhamento multidisciplinar com várias especialidades para cuidar da saúde como um todo.
Não existe regra, cada gestante tem que ser avaliada com sua individualidade e que os especialistas analisem os benefícios e os riscos da medicação para situação específica que aquela mulher se encontra no momento.
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