sábado, 21 de dezembro de 2024

Nova Iorque receberá exposição de capixaba com fotografias da Ilha das Caieiras

A exposição é da fotógrafa capixaba Ana Luzes que vai expor obras documentais de autoria própria da Ilha das Caieiras em Nova Iorque. Iniciada na próxima quinta-feira (2), a mostra coletiva será realizada no consulado brasileiro na cidade americana.

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As duas obras que são parte da exposição fazem parte da série “Só se afoga quem sabe nadar”, fotografias cotidianas feitas na Ilha das Caieiras que, segundo a autora, retratam a poética das coisas simples e monótonas da vida. “Mostra a perspectiva de quem sabe nadar e de quem só observa”.

Segundo Ana, a inspiração do nome veio de uma frase que a avó sempre repete para ela. “Só se afoga quem sabe nadar”, é um ditado popular que fala sobre cuidado, percepção e coragem. Essa frase veio na minha mente no momento do clique”, relembra.

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Com 22 anos e três de carreira, a fotógrafa conta que descobriu a vocação quando ainda era criança. “Descobri minha paixão pela fotografia aos 13 anos. Eu era uma criança muito tímida, tinha muita dificuldade em me comunicar, até que um dia comecei a tirar fotos do meu cotidiano com o celular e nunca mais parei. Foi a forma que encontrei de me comunicar com o mundo”.

Com obras marcantes e expressivas, a artista possui trabalho totalmente voltado para a representação da favela. “Meu principal objetivo é ressignificar a imagem da favela, trazer uma nova perspectiva desse universo criativo que pertenço. Sou integrante do Instituto Serenata D’favela, localizado no Morro do Quadro, atuo como fotógrafa voluntária e também dou oficinas de fotografia para os integrantes”.

No ano passado, o trabalho de Ana teve o primeiro contato internacional através de uma palestra sobre Imagens Periféricas no Centro Cultural México Brasil, Consulado Geral do Brasil no México. “Foi meu primeiro contato internacional, onde consegui apresentar meu trabalho sobre a favela, levando uma perspectiva do Espírito Santo”.

“Estar em Nova York é representar minha favela e todos aqueles que sonham em viver de Arte. A imagem, a fotografia tem um poder transformador de comunicar e abrir caminhos”

Conforme aponta a fotógrafa, o alcance que o trabalho tem obtido traz a responsabilidade de mostrar a fotografia enquanto profissão e não apenas hobby.

“O peso de carregar tudo o que acredito e vivo em imagem me traz a responsabilidade de querer melhorar cada vez mais e me dedicar para que as pessoas vejam uma nova perspectiva. E afirmar esse lugar de liberdade. Fazer com que as pessoas enxerguem a fotografia como um caminho, uma opção de futuro”.

Segundo Ana, a importância do trabalho enquanto mulher negra ter alcançado proporções internacionais serve como libertação e inspiração para novas artistas. “Enquanto mulher preta e fotógrafa documental, sinto que a importância de alcançar um lugar que parece tão distante me trouxe a liberdade de sonhar e querer alcançar cada vez mais espaços. Espero que meu trabalho abra liberte e inspire a produção de novas artistas”.

Exposição

O curador da exposição, denominada “Bridging Horizons: Brazilian Photography Today”, é Paul Clemence, que explica o conceito. “Uma mostra coletiva geralmente é uma pesquisa, uma leitura, ou uma celebração de um conjunto específico de artistas. A ambição de “Bridging Horizons” é ser as duas coisas: uma vitrine da incrível multitude e diversidade encontrada na fotografia brasileira contemporânea e uma celebração desses artistas e seus caminhos”.

A mostra coletiva de fotografia reunirá para a exposição uma seleção representativa de fotógrafos brasileiros contemporâneos, com trabalhos de estudantes a profissionais emergentes e estabelecidos.

A a mistura eclética de obras na exibição apresenta uma rica variedade de assuntos e técnicas de mídia, mostrando como esses artistas estão infundindo as tendências atuais da fotografia com uma perspectiva decididamente brasileira.

Além da capixaba e de Clemence, os artistas Luiz Baltar, Maritza Caneca, Josiane Dias, João Farkas, Marcia Grostein, Sylvia Martins, Leo Mascaro, Josemias Moreira, Júlia Pontés, Livia Radwanski e Caio Reisewitz também serão destaques.

Os alunos do Instituto de Tecnologia e Pesquisa em Inovação (IPTI), Vittor Vixe, Lianderson Santos, Walisson Andrey, Mozany Ellen, Amanda Karolayne, Layla Santos e Luiz Heitor, também farão parte da exposição.

Leia também: Fabríccio, músico capixaba, lança novo EP

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