Marrakech, Marrocos – As relações comerciais entre Brasil e Marrocos, embora ainda modestas em valores, possuem um potencial significativo para expansão, uma vez que suas economias podem complementar uma à outra em busca de oportunidades bilaterais. Esse foi o principal tema do Lide Brazil-Morocco Fórum, que reuniu líderes empresariais e autoridades em Marraquexe.
O embaixador do Brasil no Marrocos, Alexandre Parola, destacou áreas propensas a investimentos ampliados, como agronegócio, turismo e logística.
Parola ressaltou que, enquanto o Marrocos detém 70% das reservas globais de fosfato, o Brasil está entre os principais compradores desse recurso estratégico. O embaixador afirmou que há um esforço para diversificar os fornecedores, devido à alta dependência de importações de fertilizantes.
Discutiu-se ainda a potencial colaboração entre o governo brasileiro e a marroquina OCP, grande fabricante de fertilizantes, para expandir a presença no Brasil, incluindo a possibilidade de uma fábrica no país.
Essa parceria é vista como essencial para a segurança alimentar e também como uma oportunidade de troca de conhecimentos agrícolas, destacando a importância da preservação hídrica que o Marrocos está visando em sua produção agrícola.
Turismo
A reativação dos voos diretos entre Brasil e Marrocos foi um fator impulsionador no aumento de turistas. Abdelhamid Addou, presidente da Royal Air Maroc, planeja operar seis voos semanais até 2026 e expandir a frota de 50 para 200 aviões.
Vinicius Lummertz apontou o papel crescente do turismo entre os países, destacando que o número de brasileiros no Marrocos tende a aumentar nos próximos anos. Ele enfatizou a necessidade de o Brasil adotar uma estratégia mais proativa no turismo.
Exportações
Ali Seddiki, da Agência Marroquina de Desenvolvimento das Importações e Exportações, enfatizou a criação de um corredor entre o Brasil e o Marrocos como parte da iniciativa atlântica, ampliando o comércio das regiões.
O evento contou ainda com a participação do ex-presidente Michel Temer, que destacou a relação vantajosa entre Brasil e Marrocos, onde o Brasil, um grande exportador de alimentos, poderia usufruir dos recursos fertilizantes do Marrocos.