5 de dezembro de 2025
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Falta de infraestrutura e inovação limita crescimento do Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte registra duas décadas de crescimento econômico lento, com o Produto Interno Bruto (PIB) apresentando uma média de 1,9% ao ano entre 2002 e 2022, uma das taxas mais baixas da região Nordeste. Durante esse período, o Estado manteve apenas 0,9% de participação no PIB nacional. Em comparação, estados vizinhos como Piauí e Maranhão cresceram quase o dobro nesse mesmo intervalo.

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Concentração em setores de baixo valor agregado

A economia potiguar tem como base principal o comércio e os serviços, setores que geram menor valor agregado. Enquanto isso, a indústria e a agropecuária permanecem com participação reduzida na composição econômica estadual.

Desafios logísticos e falta de planejamento

Especialistas destacam que a falta de políticas consistentes em áreas como inovação, infraestrutura e educação contribui para a estagnação econômica do Rio Grande do Norte. Problemas logísticos, especialmente relacionados ao Porto de Natal, dificultam o escoamento da produção e o movimento de embarcações.

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O economista Robespierre do O’Procópio, ex-presidente do Corecon-RN, explica que o Estado cresceu menos que seus vizinhos por permanecer preso a atividades econômicas com limitado efeito em cadeia. “No passado, o algodão gerava renda e investimentos em diversas regiões. O petróleo não produziu o mesmo impacto na economia local”, afirmou.

Potencial não explorado

Robespierre destacou que a energia eólica se expandiu no Estado, mas sem o desenvolvimento de uma cadeia produtiva local. “Aqui ficam apenas a montagem e manutenção dos equipamentos, enquanto a fabricação ocorre em outras regiões”, explicou. O economista também apontou limitações no planejamento, com projetos importantes sendo cancelados ou executados parcialmente.

Entre as soluções propostas estão a modernização do Porto de Natal, o desenvolvimento de um novo porto e a conexão da energia eólica com a industrialização. “É preciso formar mão de obra qualificada em áreas estratégicas como logística, automação e tecnologia da informação”, completou.

Diagnóstico da Fiern

Roberto Serquiz, presidente da Federação das Indústrias do Estado, identificou três principais obstáculos para o desenvolvimento industrial: falta de eficiência do Estado, deficiências em infraestrutura logística e problemas na educação. “Nos últimos 20 anos, esses pilares evoluíram muito pouco”, declarou.

Serquiz destacou a perda de competitividade do RN, que se tornou o estado menos competitivo do Nordeste. Entre os fatores estão o desequilíbrio fiscal, a crise da previdência e o comprometimento das receitas com folha de pessoal.

Cenário educacional preocupante

Na área educacional, o Rio Grande do Norte ocupa a pior posição no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e apresenta taxa de analfabetismo de 13,8%, quase o dobro da média nacional. Essa situação impacta diretamente a competitividade estadual.

Caminhos para retomada

Para acelerar a diversificação econômica, Serquiz defende mudanças estruturais, como a criação de órgãos reguladores eficientes e um novo modelo de gestão educacional. “Precisamos preparar as novas gerações para o futuro, com qualificação docente e critérios objetivos de gestão”, afirmou.

O presidente da Fiern citou exemplos positivos de estados vizinhos: “Ceará fortaleceu seu sistema educacional e parques industriais; o Piauí se tornou referência em parcerias público-privadas”. Para o RN, ele propõe reforma administrativa e gestão fiscal rigorosa como caminhos para recuperar a capacidade de investimento.

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