O Brasil é um dos países mais desvantajosos para adquirir um iPhone. Uma análise do Deutsche Bank revelou que o país possui o segundo iPhone mais caro do mundo entre 41 nações pesquisadas.
O levantamento levou em consideração o valor oficial do iPhone 16 Pro de 128 GB, com preferência pelo preço mencionado na loja oficial da Apple. No Brasil, o custo sugerido está em torno de US$ 1.800, ficando atrás apenas da Turquia, onde o aparelho chega a US$ 2.200.
Os países com iPhones mais caros
Além do Brasil e da Turquia, o Egito também está entre os países onde o iPhone é mais caro, custando aproximadamente US$ 1.500. Suécia e Índia completam o top 5, com valores perto de US$ 1.400.
Pelo outro lado, a Coreia do Sul se destaca ao possuir o iPhone mais barato mundialmente, influenciado pela forte presença da Samsung e a necessidade de ajustar preços para competir. Lá, o custo é abaixo de US$ 1.100.
Os Estados Unidos, Austrália, China e Japão seguem com valores semelhantes, também na faixa de US$ 1.100.
Fatores que encarecem o iPhone no Brasil
A diferença de cerca de US$ 700, ou R$ 3.700, entre o Brasil e a Coreia do Sul não se deve apenas à Apple ou ao próprio iPhone. Equipamentos eletrônicos costumam ser caros no Brasil, especialmente devido ao poder de compra comparativo.
O principal influenciador é a carga tributária brasileira. João Rego, professor da FGV, menciona que são aplicados cerca de 9% de impostos federais, 16% de taxa de importação e aproximadamente 17% de impostos estaduais, elevando o custo final do produto em cerca de 40%.
Produção local e custos de importação
Ainda que a Foxconn monte iPhones no Brasil, o preço não diminue, pois os componentes são importados. Sem a montagem local, os custos poderiam ser ainda maiores. A desvalorização do real nos últimos cinco anos também intensifica os preços dos importados.
As incertezas cambiais levam empresas a aumentarem preços para proteger margens de lucro, mesmo com um dólar mais baixo atualmente. A própria política da Apple não favorece ajustes de preço.
Outros desafios e possíveis soluções
O “custo Brasil” inclui dificuldades logísticas, tributos elevados e margens de importadores e varejistas. A mudança na legislação fiscal, com um possível imposto único, poderia facilitar a redução de custos.
Exceções fiscais poderiam ser viáveis, considerando a importância dos smartphones para trabalho e educação.