A construção de cidades inteligentes, ou smart cities, tem se firmado como uma realidade no Brasil, destacando-se na agenda global para o desenvolvimento urbano sustentável. Essas cidades promovem maior eficiência nas demandas dos cidadãos, ao tempo em que utilizam tecnologia e fomentam um ecossistema de inovação para a aplicação eficaz das políticas ESG (ambientais, sociais e de governança).
A mobilidade urbana, segurança e logística são eixos essenciais que impactam diretamente a qualidade de vida da população. A conexão entre o conceito de cidades inteligentes e as políticas ESG reflete não apenas uma sinergia natural, mas uma estratégia clara para um futuro mais sustentável.
Políticas ESG
A dimensão ambiental das políticas ESG é priorizada por meio do investimento em soluções como redes elétricas inteligentes, mobilidade com baixa emissão de carbono, uso racional de água e gestão eficiente de resíduos sólidos. A integração de fontes de energia limpa, como solar e eólica, a sistemas de monitoramento urbano, é vital para a mitigação das mudanças climáticas. Essa abordagem está alinhada aos padrões IFRS S2, já incorporados à normativa brasileira pela Resolução CVM nº 193/2023.
Na esfera social, as smart cities promovem inclusão e equidade ao mitigar desigualdades no acesso à saúde, educação, moradia e conectividade digital. Tecnologias assistivas, plataformas de participação cidadã e indicadores de bem-estar urbano são fundamentais para cidades que buscam a justiça social, seguindo as diretrizes da GRI 413 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
Na dimensão de governança, a gestão de uma cidade inteligente requer transparência, integridade e prestação de contas. A utilização de big data, blockchain e inteligência artificial nos processos de licitação, fiscalização e controle social fortalece a accountability pública. A governança, embasada em dados confiáveis, reflete os princípios das diretrizes da SASB e da ISO 37122, que estabelece indicadores padronizados para cidades inteligentes.
Encarar o ESG e as smart cities como pilares complementares em busca de soluções compartilhadas, envolvendo instituições, universidades, empresas e sociedade civil, é fundamental para a realização de agendas público-privadas voltadas para o desenvolvimento sustentável e para as relações econômicas da sociedade.