domingo, 12 de janeiro de 2025

O papel do Estado como indutor de inovação nas PPPs de Educação

As parcerias público-privadas (PPPs) na educação no Brasil apresentam um grande potencial para transformar a realidade das escolas públicas. Ao unir a eficiência da gestão privada com a capacidade do setor público, essas iniciativas podem modernizar a infraestrutura escolar e melhorar serviços essenciais, como manutenção e limpeza. No entanto, é fundamental que o Estado não adote uma postura passiva nesse processo. Deve atuar como indutor de inovação, moldando editais que integrem componentes relevantes para a formação dos estudantes.

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A importância do desenvolvimento socioemocional

Um aspecto crucial que deve ser considerado é a inclusão de ferramentas para o desenvolvimento socioemocional nos projetos de PPPs. Competências como empatia, resiliência e autocontrole são fundamentais para preparar os alunos para os desafios contemporâneos, complementando o aprendizado acadêmico. Caso o Estado não lidere essa iniciativa, a tendência é que muitos operadores privados se reidentifiquem com uma abordagem focada apenas em infraestrutura e serviços básicos, por questões de conveniência.

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É importante ressaltar que a adoção de tais ferramentas não retira a responsabilidade dos professores, pois são eles que aplicarão essas ferramentas após receberem os devidos treinamentos.

O papel do poder público

Os operadores e modeladores de projetos costumam resistir a inovações que poderiam adicionar complexidade aos contratos. Sem um estímulo do Estado, medidas capazes de promover um impacto significativo, como o desenvolvimento socioemocional, correm o risco de não serem implementadas. Portanto, a atuação do poder público é vital para garantir que as PPPs evoluam além do básico.

Incorporar o desenvolvimento socioemocional nas PPPs vai além da inovação; é uma estratégia para enfrentar desafios estruturais do sistema educacional, reduzindo a evasão escolar, melhorando o desempenho acadêmico e preparando os alunos para um futuro mais inclusivo, tanto social quanto economicamente.

Desafios nos municípios menores

Municípios com menos recursos e expertise frequentemente encontram dificuldades ao tentar especificar e contratar soluções inovadoras de maneira independente. A inclusão de ferramentas de desenvolvimento socioemocional nos editais pelo Estado promove a democratização do acesso a essas tecnologias, contribuindo para a equidade educacional em nível nacional.

Quando o governo exige inovação em contratos, estimula o setor privado a desenvolver soluções mais criativas e robustas, elevando a qualidade dos projetos e, subsequentemente, o padrão das futuras PPPs na educação.

Consequências da inação

Se o Estado optar por não desempenhar esse papel ativo, corre-se o risco de que as PPPs na educação permaneçam limitadas a um modelo focado apenas na infraestrutura. Embora essa abordagem traga benefícios, estaremos desperdiçando uma oportunidade valiosa para efetuar mudanças profundas na educação pública, integrando o desenvolvimento socioemocional e gerando um impacto duradouro no sistema.

A falta de ação por parte do poder público perpetua um modelo restrito, privando alunos, professores e comunidades de ferramentas essenciais para a construção de um futuro mais justo e sustentável.

O momento para agir é agora. O Estado deve usar sua influência como um indutor de políticas públicas para exigir que as PPPs na educação incluam ferramentas voltadas para o desenvolvimento socioemocional e outras inovações além da infraestrutura. Esse é o caminho para criar escolas que sejam mais do que apenas prédios modernos; elas devem se tornar verdadeiros centros de formação integral.


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Redação
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Equipe de jornalismo

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