Segundo Ricardo Alexandre de Souza, médico de família e professor do departamento de pediatria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), há uma supervalorização das ações preventivas na saúde. Muitas dessas ações, realizadas sem uma base sólida de evidências, podem sobrecarregar ou desiludir a população.
A medicalização da saúde, onde a realização de exames é vista como essencial mesmo na ausência de sintomas, é um reflexo dessa tendência, segundo Souza. O estado de bem-estar não deve ser medido apenas pela ausência de exames, mas sim pelo equilíbrio da saúde em geral.
Periodicidade dos Exames de Saúde
A periodicidade dos exames varia conforme o tipo de rastreamento necessário. No caso do câncer colorretal, por exemplo, recomenda-se que a população geral, sem histórico familiar ou outros fatores de risco, realize o exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes a partir dos 50 anos. Se o resultado for positivo, uma colonoscopia, que é mais invasiva, deve ser realizada.
Para pacientes cujo exame de sangue oculto nas fezes seja negativo, e que não apresentem sintomas, a colonoscopia pode ser repetida a cada dez anos. Este intervalo é considerado seguro devido ao crescimento lento deste tipo de câncer. Sua antecipação pode causar desconforto desnecessário, pois os estudos demonstram que esse período é adequado para detectar lesões tratáveis.
O intervalo entre os exames pode ser ajustado para quem possui fatores de risco ou quando lesões específicas são identificadas durante os exames.