27 de julho de 2025
domingo, 27 de julho de 2025

Genética pode ajudar a explicar dor na endometriose

Um estudo conduzido na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com colaboração internacional, revelou que uma variação genética pode influenciar os sintomas da endometriose, uma condição ginecológica conhecida como a “doença da mulher moderna”.

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A endometriose afeta entre 3% e 20% das mulheres em idade reprodutiva e se caracteriza por tecido endometrial fora do útero. Este tecido pode atingir órgãos pélvicos como ovários, tubas uterinas, e em casos mais graves, até o diafragma ou pulmões.

Os sintomas podem ser dolorosos e comprometer a fertilidade, exigindo diagnósticos e tratamentos invasivos que afetam o bem-estar das pacientes.

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O Papel dos Hormônios e da Genética

Apesar de ser comum, os mecanismos moleculares da endometriose ainda não são totalmente compreendidos. Estudos revelam que a leptina (LEP) e seu receptor LEPR estão elevados em mulheres com a doença, sugerindo uma ligação com seu desenvolvimento.

A leptina, produzida principalmente por células de gordura, regula o apetite e o metabolismo, além de participar de processos inflamatórios relacionados à endometriose.

Polimorfismos genéticos, pequenas variações no DNA, podem influenciar a atuação da leptina, contribuindo para os sintomas e predisposição à doença.

Pesquisa de Campo

Pesquisadores da UERJ exploraram a relação entre polimorfismos específicos nos genes da leptina e os sintomas da endometriose em mulheres brasileiras.

O estudo, apoiado por Faperj e CNPq, contou com a participação de 237 mulheres diagnosticadas com endometriose, em colaboração com instituições brasileiras e o Instituto Português de Oncologia. Os resultados foram publicados na “Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia”.

Dentre as participantes, 107 foram diagnosticadas por laparoscopia, 39 por laparotomia e 91 por ressonância magnética. Os sintomas foram classificados de leves a incapacitantes.

Sintomas leves não exigiram medicação, enquanto sintomas graves e incapacitantes afetaram atividades diárias e necessitaram de tratamentos mais intensivos.

Resultados do Estudo

Os resultados apontaram uma prevalência significativa de sintomas dolorosos:

  • 82% experimentaram dismenorreia
  • 67% relataram dispareunia
  • 53% apresentaram dor pélvica crônica
  • 52% tiveram sintomas intestinais cíclicos
  • 25% sofreram sintomas urinários relacionados à menstruação

O polimorfismo LEPR rs1137100 foi associado a dores crônicas e durante relações sexuais, indicando sua influência na intensidade dos sintomas.

Implicações do Estudo

Os achados sugerem que a genética pode influenciar os sintomas da endometriose. O polimorfismo LEPR rs1137100 pode ser um biomarcador da dor relacionada à condição.

Amostras de saliva para análise genética podem acelerar o diagnóstico, que pode demorar até 8 anos, e facilitar tratamentos individualizados.

Os dados poderão guiar futuras pesquisas e estratégias terapêuticas, elevando a qualidade de vida de mulheres com endometriose.

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