O acompanhamento de pacientes com diabetes vai além do controle da glicose. As complicações desta condição frequentemente estão ligadas a problemas cardiovasculares, o que pode impactar a qualidade de vida. A hipertensão e o colesterol elevado são fatores de risco que, quando associados ao diabetes, aumentam chances de infarto e acidentes vasculares cerebrais (AVC), além de levar à insuficiência renal. É fundamental ressaltar a importância da prevenção, visto que muitos pacientes descobrem a doença apenas quando já apresentam complicações graves.
Novas abordagens no manejo
Um novo manual intitulado “Diabetes e Doença Cardiovascular” foi desenvolvido para proporcionar uma visão abrangente sobre o diagnóstico e o manejo dos riscos cardiovasculares em pacientes diabéticos. Ele serve como um recurso valioso para profissionais de saúde, oferecendo orientações sobre a avaliação clínica e estratégias de acompanhamento.
O advento de novos medicamentos trouxe uma abordagem revolucionária ao tratamento do diabetes. Os inibidores da SGLT2 e os agonistas do GLP-1 são exemplos de fármacos que não só controlam a glicose, mas também protegem o coração e os rins, ampliando as opções de tratamento. A dapagliflozina, por exemplo, está disponível gratuitamente para pacientes diabéticos acima de 65 anos no SUS, enquanto a semaglutida é uma opção subcutânea com benefícios adicionais de emagrecimento.
Um desafio global
O diabetes é um dos principais desafios de saúde pública, afetando mais de 20 milhões de brasileiros, segundo dados recentes. A falta de conscientização sobre a doença e suas complicações, juntamente com o custo do tratamento e a baixa adesão dos pacientes, dificultam a gestão eficaz dessa condição.
A prevalência do diabetes tipo 1 é de cerca de 8%, enquanto o diabetes tipo 2 representa 90% dos casos. Muitas pessoas não sabem que são diabéticas, especialmente no caso do tipo 2, que pode ser assintomático. O diabetes não possui cura, mas é totalmente possível ser controlado, minimizando seus efeitos prejudiciais em múltiplos órgãos.
Para garantir um acompanhamento eficaz, é essencial integrar a saúde cardiovascular no manejo de diabetes, promovendo estratégias que priorizem a saúde global dos pacientes.