Após semanas de preços elevados devido à oferta mais limitada, o mercado de tomate nas centrais de abastecimento de São Paulo registrou uma queda significativa na primeira semana de agosto.
As temperaturas mais elevadas dos últimos dias aceleraram o processo de maturação dos frutos, concentrando as colheitas e aumentando o volume disponível. Este cenário já era esperado pelos produtores, que enfrentavam um período de frio que estava retardando o desenvolvimento das lavouras.
Impacto do clima na safra e no mercado
Em São Paulo, a caixa do tomate salada 3A foi comercializada com uma média de R$ 84 no atacado, representando uma queda de 6,41% em relação à semana anterior. Em Campinas, a redução foi ainda mais intensa, com uma queda de 16,8%, fechando em R$ 97 por caixa. Já no Rio de Janeiro, a cotação subiu 4,5%, alcançando R$ 89 por caixa, enquanto em Belo Horizonte os preços permaneceram estáveis em R$ 84 por caixa. A diferença de comportamento entre as praças está ligada não apenas ao clima, mas também à dinâmica local de oferta e demanda.
O calor recente trouxe um aumento na produtividade, especialmente em áreas que vinham registrando desempenho abaixo da média desde o final da safra de verão. Há produtores relatando rendimento acima de 500 caixas por hectare, embora persistam casos com produção limitada. O diferencial nesta fase é que o aumento de oferta veio acompanhado de frutos com boa coloração e padrão de qualidade, fator que ajuda a manter a competitividade no atacado.
Origem da produção e dinâmica regional
Grande parte do tomate que abastece o mercado paulista atualmente vem de polos mineiros, como Araguari, e também de Goianápolis, em Goiás. Esse fluxo constante tem garantido a reposição rápida nas centrais, mas também contribuído para a pressão baixista nos preços.
Em Minas Gerais, a variação de valores foi mais contida porque, na semana anterior, o mercado já havia sentido o impacto da entrada de novos lotes. Já no Rio de Janeiro, a alta observada se deve à aproximação do fim da safra em Paty do Alferes, o que reduziu o volume ofertado. Nesta região, predominam os chamados tomates ponteiros, colhidos no estágio final da planta.






