O governo federal está se mobilizando para reverter as tarifas comerciais que os Estados Unidos impuseram às exportações brasileiras, conforme anunciado pelo presidente Donald Trump. A taxação foi revelada recentemente e sua implementação está prevista para 1º de agosto.
Reação do governo brasileiro
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, declarou, “Vamos trabalhar para reverter isso, porque não tem sentido essa tarifa. Ela prejudica também o consumidor norte-americano. É uma medida inadequada que não se justifica. Vamos recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).” A declaração foi feita durante a inauguração de uma obra em São Paulo.
Reuniões com o setor privado
Alckmin informou que o governo planeja reuniões com o setor privado para discutir as próximas ações. Também está em análise a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, que permite a suspensão de concessões comerciais em resposta a medidas unilaterais que afetem a competitividade brasileira.
“Os Estados Unidos têm conosco superávit na balança comercial, tanto de serviços quanto de bens. O Brasil não é problema para os Estados Unidos. Temos uma integração produtiva e 200 anos de amizade. Portanto, essa decisão não se justifica, especialmente em um momento que o mundo econômico precisa de estabilidade”, ressaltou Alckmin.
Justificativa de Trump
Na carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump justifica a nova taxa mencionando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está enfrentando processos no Supremo Tribunal Federal por tentativas de golpe de Estado. O presidente dos EUA criticou ainda a forma como o Brasil lida com Bolsonaro e afirmou que esse impeachment é uma “Caça às Bruxas que deve acabar imediatamente”.
Medidas relacionadas ao setor automotivo
Em outra frente, Alckmin destacou o início da implementação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) zero para veículos sustentáveis, que está previsto para tornar os carros mais acessíveis aos consumidores. “Isso pode reduzir o preço do carro de entrada em até R$ 12.000. É uma medida importante que favorece tanto a sustentabilidade quanto o acesso da população”, enfatizou.
O decreto que estabelece o IPI zero abrange veículos compactos com alta eficiência ambiental e faz parte do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), lançado no ano passado. Para os consumidores se beneficiarem do IPI zero, os carros devem atender a especificações rigorosas, como emissões reduzidas e uso de materiais recicláveis.