Durante a Sessão Ampliada da Cúpula do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância do retorno do protagonismo da Organização das Nações Unidas (ONU) na resolução de conflitos globais. Ele destacou que o atual vácuo de liderança contribui para um aumento das guerras entre nações.
“Neste encontro estão presentes três membros permanentes do Conselho de Segurança e outras nações comprometidas com a paz. É crucial devolver o protagonismo à ONU, permitindo que o Secretário-Geral lidere um grupo representativo de países que priorizam o diálogo e a paz”, afirmou Lula em Kananaskis, Canadá.
Composição do G7
O G7 é formado pelas sete maiores economias industrializadas: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além da União Europeia. Neste contexto, Estados Unidos, Reino Unido e França fazem parte do Conselho de Segurança da ONU.
Conflitos Globais
Lula alertou sobre os ataques de Israel ao Irã, afirmando que estas ações “podem transformar o Oriente Médio em um campo de batalha com consequências globais significativas”. Ele também se manifestou sobre o conflito entre Ucrânia e Rússia, ressaltando que um resultado militar não é viável e que apenas o diálogo pode levar a um cessar-fogo e uma paz duradoura.
Sobre a situação na Faixa de Gaza, o presidente declarou que nada pode justificar “a matança indiscriminada de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”.
Segurança Energética
No discurso, Lula abordou a segurança energética, ressaltando o papel do Brasil nesse contexto, mas alertou que o país não se tornará um local para práticas predatórias. “Nações em desenvolvimento precisam estar presentes em todas as etapas das cadeias globais de minerais estratégicos”, afirmou.
Ele destacou a importância de minerais estratégicos para a transição energética, mencionando que o Brasil possui grandes reservas de nióbio, níquel, grafita, entre outros. “Não queremos repetir os erros do passado, que resultaram em exploração e degradação”, destacou. O presidente também mencionou iniciativas brasileiras no campo de biocombustíveis e energia limpa.
Relações Bilaterais com o Canadá
Em uma conversa com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, Lula expressou seu desejo de fortalecer as relações bilaterais. “Quero intensificar a relação do Brasil com o Canadá, um parceiro fundamental, tanto em termos políticos quanto comerciais”, afirmou o presidente.
Carney enfatizou a importância da COP 30, que ocorrerá em Belém, e se colocou à disposição para ajudar no que for necessário. “Você é a pessoa ideal para liderar esse esforço”, disse o primeiro-ministro.