O relator do Conselho de Ética da Câmara de Deputados, Paulo Magalhães, apresentou um parecer favorável à cassação do mandato do deputado Glauber Braga, do PSOL-RJ, devido a acusações de quebra de decoro parlamentar. Este parecer será submetido à votação do colegiado, que decidirá sobre a continuidade do processo.
Glauber Braga está sendo investigado após um incidente em que agrediu um militante do Movimento Brasil Livre, que havia ofendido sua mãe. O relator ressaltou que o comportamento do deputado foi registrado em vídeo e considerou as ações de Braga desproporcionais e injustificáveis, afirmando que a tese de legítima defesa não se sustenta.
A defesa de Braga alegou que a tentativa de cassação é uma perseguição política, orquestrada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, e pelo relator do processo, o que ambos negam.
As acusações de Braga, segundo Magalhães, comprometem a honra do Parlamento e indicam uma violação grave das normas de conduta esperadas de um parlamentar. O relator enfatizou que as evidências apresentadas demonstram a necessidade de sanções, incluindo a perda do mandato de Glauber Braga.
Em sua defesa, Braga afirma que as ações contra ele são uma retaliação por suas denúncias sobre irregularidades relacionadas ao orçamento secreto, prática que envolve a destinação não transparente de emendas parlamentares, atualmente sob análise no Supremo Tribunal Federal.
Braga justificou sua reação ao ataque verbal como uma questão de honra, defendendo-se de ofensas dirigidas à sua família. Ele também fez uma comparação, mencionando que Magalhães se absteve de votar pela cassação de outro deputado acusado de crimes graves, o que levanta questões sobre a imparcialidade do processo.
Se o Conselho de Ética aprovar a cassação, o caso será levado ao plenário da Câmara dos Deputados, onde será decidido o destino do mandato de Glauber Braga. A questão da ética e dos comportamentos no Parlamento permanece em evidência, especialmente em um contexto onde a integridade das instituições é constantemente debatida.