A tarde do último domingo (6) foi marcada por um ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, realizado na avenida Paulista, em São Paulo. Os participantes do protesto pediam a anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, defendendo um projeto de lei atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados que busca conceder a anistia a condenados por atos antidemocráticos.
Apoio a Débora Rodrigues
Durante seu discurso, Bolsonaro expressou apoio à cabeleireira Débora Rodrigues Santos, que foi presa por sua participação no ataque golpista e por vandalizar a estátua “A Justiça”, localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A manifestação contou com apoiadores vestidos de verde e amarelo, que exibiam batons em alusão a Débora, a qual já conquistou o direito à prisão domiciliar.
Segundo informações da Procuradoria-Geral da República, Débora teria se alinhado ao movimento golpista após as eleições de 2022, sendo acusada de obstruir investigações e apagar provas relacionadas aos eventos de janeiro.
A viagem aos EUA e a expectativa de ajuda externa
Em sua fala, Bolsonaro refletiu sobre sua ausência no Brasil durante os ataques de 8 de janeiro, alegando que teria sido preso se estivesse no país, como uma intuição que o levou a viajar para os Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. Ele comentou: “Algo me avisou. Se eu estivesse no Brasil eu teria sido preso e estaria apodrecendo até hoje ou até assassinado”.
O ex-presidente também se referiu à ausência de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do cargo e se mudou para os Estados Unidos em busca de proteção contra o que considera perseguição política. Bolsonaro afirmou ter esperanças de que ajuda de fora do país possa contribuir para a sua causa.
O quadro atual de inelegibilidade
No contexto da manifestação, estavam presentes diversos governadores e autoridades, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e autoridades do PL. É importante ressaltar que Jair Bolsonaro se encontra inelegível por um período de 8 anos, até 2030, devido a uma decisão da Justiça Eleitoral que considerou irregularidades durante reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022.
Além disso, Bolsonaro é réu em um processo que investiga uma suposta tentativa de golpe, juntamente com outros indivíduos. A denúncia, aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF, coloca Bolsonaro em uma situação jurídica delicada, podendo resultar em condenações penais e, eventualmente, em prisão.