O senador Marcos do Val (Podemos), de Espírito Santo, se envolveu em uma nova polêmica envolvendo a apreensão de materiais pela Polícia Federal, incluindo uma pistola portátil Glock .380, que ele deseja doar à instituição. O parlamentar tenta fazer a doação do armamento, que permanece retido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), especificamente pelo ministro Alexandre de Moraes, apesar de possuir o registro e porte de arma para a sua segurança pessoal.
A pistola foi apreendida durante a operação de busca e apreensão realizada em 15 de junho de 2023, a pedido de Moraes, mas, diferentemente de outros itens, como celulares, computadores e notebooks, o armamento não foi devolvido ao senador. No entanto, após a devolução de outros objetos, Marcos do Val formalizou a doação à Polícia Federal, sugerindo que a arma poderia ser utilizada no treinamento de agentes federais. O senador afirmou que a doação visa contribuir com a segurança e a proteção dos direitos dos cidadãos.
Em um comunicado oficial emitido nesta terça-feira (25), Marcos do Val se apresentou à sede da Polícia Federal em Brasília para retirar os itens apreendidos de seu gabinete, que haviam sido confiscados de forma, segundo ele, ilegal e indevida. Ele criticou a operação de busca e apreensão, destacando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia indeferido o pedido, o que, segundo o senador, caracteriza um abuso de autoridade.
“Acabo de retirar os equipamentos eletrônicos apreendidos indevidamente no meu gabinete, durante uma operação de busca e apreensão sem fato determinado e com o indeferimento da Procuradoria-Geral da República (PGR). Isso configura um grave abuso de autoridade e uma clara invasão de um Poder sobre outro”, disse Marcos do Val no comunicado.
O parlamentar também ressaltou que cerca de 90% dos materiais apreendidos pertenciam ao Senado Federal e não a ele pessoalmente, sugerindo que a apreensão ilegal afetou o funcionamento da Casa Legislativa. Para ele, o episódio constitui uma violação ainda mais grave por envolver equipamentos oficiais do Parlamento.
Em relação à pistola, Marcos do Val fez questão de frisar que o armamento está registrado e é destinado à sua proteção pessoal, considerando as ameaças de morte que tem recebido. Ele enfatizou que a Polícia Federal reconhece a necessidade do uso da arma, dada sua experiência e aptidão com armamentos.
Além da pistola, o senador anunciou que também doou dois simulacros de pistolas, feitos de material emborrachado, para que fossem utilizados no treinamento de policiais federais no Estado do Espírito Santo.
Em sua declaração, Marcos do Val se posicionou de forma firme contra o que considera um episódio de ilegalidade, reafirmando sua confiança na Constituição para enfrentar os obstáculos. “Trata-se de mais um capítulo escandaloso de ilegalidades, que enfrentarei com firmeza, serenidade e amparo na Constituição”, finalizou.







