Luiz Inácio Lula da Silva manifestou, no último sábado (1º), que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi “humilhado” pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A declaração ocorreu após uma reunião conturbada entre os dois líderes, que ocorreu na Casa Branca, onde tentaram discutir uma saída para a guerra contra a Rússia, mas acabaram protagonizando um momento tenso diante da mídia internacional.
A “cena grotesca”
Lula descreveu a situação como uma “cena grotesca” e expressou sua preocupação com o respeito nas relações diplomáticas. Ele comentou: “Desde que a diplomacia existe, não se via uma cena tão desrespeitosa quanto a que aconteceu no Salão Oval.” O presidente brasileiro destacou que a diplomacia deveria ser pautada pelo respeito mútuo e criticou a falta de consideração demonstrada por Trump para com Zelensky.
Zelensky, segundo Lula, foi “humilhado” e isso reflete uma visão distorcida por parte de Trump, que o considerou “desrespeitoso” ao sugerir que os Estados Unidos poderiam se arrepender de um possível acordo com a Rússia para encerrar o conflito.
Reações internacionais
Após o desentendimento com Trump, líderes europeus expressaram apoio a Zelensky, o que evidencia a crescente divisão entre os aliados dos Estados Unidos e da Europa em relação à guerra na Ucrânia. A resposta e o tratamento recebidos por Zelensky foram amplamente debatidos e analisados.
Discussões sobre a guerra
Durante sua visita ao Uruguai, Lula fez uma reunião com o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, onde abordaram a questão da guerra na Ucrânia. Ele enfatizou que a União Europeia poderia ser responsabilizada pela futura reconstrução da Ucrânia e pela manutenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sugerindo que a Europa deve desempenhar um papel mais ativo nas soluções relacionadas ao conflito.
Desde o início da guerra, o Brasil tem defendido a necessidade de um diálogo para resolver as tensões entre os dois países. Lula, junto a outros líderes internacionais, formou o Grupo Amigos da Paz, com o intuito de fomentar entendimentos comuns que possam levar ao fim da guerra.
Relações com o Uruguai
A posse do novo presidente uruguaio, Yamandú Orsi, foi marcada pela presença de vários líderes, consolidando a importância das relações entre Brasil e Uruguai, que Lula definiu como “dois países irmãos”. Ele ressaltou a necessidade de restaurar a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para fortalecer a cooperação regional e destacou a relevância de organizar um bloco forte na América do Sul.
Lula tem se empenhado em revitalizar a cooperação sul-americana, especialmente em um momento em que o continente enfrenta desafios comuns. Desde a criação da Unasul em 2008, a organização passou por mudanças significativas, e Lula busca reverter essa desintegração, acreditando que um continente unido pode enfrentar crises de forma mais eficaz.
Reuniões e a agenda do presidente
Durante sua visita a Montevidéu, Lula também ofereceu um jantar na embaixada brasileira, onde se reuniu com outros líderes da região para discutir a democracia e a cooperação no continente. Ele manifestou desejo de que as próximas eleições no Equador transcorram em paz e que a vontade do povo equatoriano prevaleça.
Antes de retornar ao Brasil, Lula se encontrará com o ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica, destacando a importância das relações pessoais e políticas entre os líderes sul-americanos.