A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) instituiu um Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de aprimorar a carreira dos peritos da Polícia Científica do Estado (PCIES). O ato que formalizou a criação do grupo foi publicado no Diário do Poder Legislativo (DPL) na última terça-feira (19).
A iniciativa busca estudar, discutir e propor medidas para melhorar a valorização profissional, as condições de trabalho, a capacitação técnica e a estrutura de atendimento dos peritos. Segundo o presidente da Ales, deputado Marcelo Santos (União), responsável pela coordenação do grupo, a criação do GT é um passo significativo para fortalecer o papel dos peritos na Polícia Científica. “Esses profissionais são fundamentais no sistema de justiça, e suas condições de trabalho impactam diretamente a qualidade das investigações”, afirmou Santos. O objetivo, segundo ele, é garantir que a carreira seja devidamente valorizada e que a estrutura de apoio seja eficiente.
O GT será responsável por realizar estudos sobre a atual situação da carreira, sugerir propostas legislativas ou administrativas para o fortalecimento da Polícia Científica e elaborar relatórios sobre as ações do grupo, que serão encaminhados aos órgãos competentes para providências.
Além de Marcelo Santos, compõem o grupo os deputados Coronel Weliton (PRD), Delegado Danilo Bahiense, Lucas Polese (PL), Camila Valadão (Psol), Janete de Sá (PSB), João Coser e Iriny Lopes (PT), Zé Preto (PP), Gandini (PSD), José Esmeraldo (PDT) e Allan Ferreira (Podemos). Também participam, com atribuição consultiva, os representantes do Sindicato dos Peritos Oficiais do Espírito Santo (Sindiperitos): Tadeu Nicoletti, Fernanda Scarpatti Pimentel, Renan Costa Loyola e Jorge Luiz dos Santos Valentim.
Tadeu Nicoletti, presidente do Sindiperitos, comemorou a criação do grupo, destacando que ela pode ser fundamental para atender as principais reivindicações da categoria, como a valorização salarial e a elaboração do Estatuto da Polícia Científica. Nicoletti lamentou a disparidade salarial enfrentada pelos peritos capixabas, cujo salário bruto de R$ 7,7 mil é significativamente inferior à média nacional de R$ 15 mil, com alguns estados como Paraná oferecendo até R$ 25 mil. “Estamos abaixo das responsabilidades e da complexidade do trabalho dos peritos”, afirmou.
O representante da categoria ainda destacou a importância de a Ales garantir melhorias para os peritos, assim como tem feito com outras categorias, como os agentes socioeducativos e defensores públicos. “Esperamos que, com o apoio dos deputados, possamos melhorar as condições da categoria e garantir que possamos realizar nosso trabalho com dignidade”, concluiu Nicoletti.
As reuniões do GT serão convocadas pelo coordenador Marcelo Santos, podendo ser realizadas de forma presencial, híbrida ou virtual, e contarão com a participação de convidados para enriquecer as discussões e apoiar o desenvolvimento das atividades do grupo.