Durante o lançamento do programa para ampliar as escolas em tempo integral, nessa sexta-feira, 12 em Fortaleza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, que o governo vai precisar atuar em cada votação do Congresso Nacional para obter o apoio mas medidas importantes.
“Tem gente que pergunta quantos deputados eu tenho na minha base. Eu digo que tenho 513 deputados e 81 senadores, e eles serão testados em cada votação. Cada votação você tem que conversar com todos os deputados. Nenhum deputado é obrigado a votar naquilo que o governo quer, do jeito que o governo quer. O deputado pode pensar diferente, pode querer fazer uma emenda, querer mudar um artigo, e nós temos que entender que isso faz parte do jogo democrático. Não é o Congresso que precisa do governo. Do jeito que está a Constituição brasileira, é o governo que precisa do Congresso”, destacou Lula.
O dia a dia mostra que sem uma base parlamentar claramente consolidada no Congresso Nacional, o governo federal enfrenta mais dificuldades para aprovar projetos importantes.
Um bom exemplo é o caso da última semana, em que a Câmara dos Deputados aprovou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que suspendeu trechos de decretos do presidente que regulamentava o novo marco do saneamento básico. O texto ainda receberá análise do Senado.
Apesar da fala sobre ter 513 deputados e 81 senadores, Lula ponderou em seu discurso no Ceará, que seu partido, o PT, só conta com 69 deputados federais, número pequeno perto do que é exigido para uma votação favorável na Câmara, 257, contexto que faz com que o presidente precise conversar com pelo menos 200 congressistas.
“Essa MP que assinei aqui [das escolas em tempo integral], ela tem que ser votada. Eu tenho que conversar com quem gosta de mim e com quem não gosta de mim. Quando você não está no governo, você tem partido, você acha. Quando você tá no governo, ou você faz, ou não faz. Por isso, a relação precisa ser civilizada”, explicou.