Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a missão de distender a relação do novo governo com as Forças Armadas, José Múcio negociou com os comandantes das três Forças a data da posse, abortando um plano dos ex-comandantes do governo Bolsonaro de se negar a passar o cargo para os sucessores.
A atuação do ministro vem sendo criticada por petistas no episódio dos acampamentos de golpistas na frente dos quartéis do Exército. Enquanto Múcio defendia que ali estavam apenas pessoas fazendo uma manifestação, o ministro da Justiça, Flávio Dino, dizia que ali estavam cometendo crime. Após a ocupação e depredação de prédios públicos em Brasília no domingo, 8, Múcio passou a defender o desmonte dos acampamentos.
O Estadão apurou que o ministro da Defesa tem atuado com cautela em relação aos militares. Chegaram a ele relato de que a tropa está pacificada, mas não inteiramente convencida do resultado da eleição que levou Lula à presidência. O discurso de José Múcio tenta evitar adesão de oficiais aos movimentos extremistas.
Na Defesa, a avaliação é de que Janones está sendo usado pelo PT que quer assumir a Pasta. O deputado se aproximou de Lula nas eleições e acabou sendo descartado pelo novo governo.
Janones alega que não quer cargo no Executivo, mas chegou a declarar que queria apoio de Lula para assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara. Os petistas já avisaram, porém, que o pedido do deputado não será atendido.