Após décadas de reinado no mundo da moda, Anna Wintour anunciou sua saída do cargo de editora-chefe da Vogue, papel que ocupou por 37 anos. Considerada uma das figuras mais icônicas da moda contemporânea, a britânica fez o anúncio em uma reunião com sua equipe nesta quinta-feira (26), conforme confirmado pela Condé Nast à CNN. Apesar de deixar o comando principal da renomada revista americana, Wintour permanecerá ligada à editora, mas em funções reduzidas.
O cargo de editora-chefe será substituído por uma posição reformulada: chefe de conteúdo editorial, como parte de uma reestruturação global da Condé Nast. Anna, por sua vez, continuará como diretora global de conteúdo da editora e também como diretora editorial global da Vogue.
Sua jornada na Vogue começou em 1988, quando assumiu o posto após Grace Mirabella. Desde então, Wintour redefiniu os rumos da revista, começando com mudanças ousadas. Sua estreia como editora trouxe, na capa de novembro de 1988, a modelo Michaela Bercu vestindo jeans stonewashed — algo nunca antes visto na história da publicação. Outro momento marcante veio em 1992, quando ela quebrou tradições e colocou um homem na capa: o ator Richard Gere, ao lado de Cindy Crawford.
Além de sua associação com a Vogue, Wintour expandiu sua influência ao se tornar diretora de conteúdo global da Condé Nast em 2020. Nessa posição, ela supervisionou títulos prestigiados como Vanity Fair, Wired, GQ, Architectural Digest, Bon Appétit e Condé Nast Traveler.
Anna Wintour também é amplamente reconhecida por seu papel como organizadora do icônico Met Gala, evento que reúne grandes personalidades das artes e da moda em prol do Costume Institute do Metropolitan Museum of Art. De cuidar do tapete vermelho até definir onde cada convidado se sentará, sua assinatura está em cada detalhe. Fora dos holofotes, sua imagem é igualmente marcante: os icônicos óculos escuros e seu clássico cabelo loiro com corte impecável são praticamente uma marca registrada.
Ela também inspira personagens fictícios. Wintour foi a principal inspiração para Miranda Priestly, interpretada por Meryl Streep em O Diabo Veste Prada. Em um momento digno de cinema, a vida real encontrou a ficção em setembro de 2022, quando Wintour foi vista ao lado de Anne Hathaway em um desfile em Nova York. Hathaway, que usava um look semelhante ao de sua personagem Andrea Sachs no filme, compartilhou a atmosfera de glamour e legado que apenas Anna Wintour consegue criar.
Embora a mudança não represente uma aposentadoria, é um novo capítulo na carreira dessa lenda viva que continuará moldando os rumos da moda, mesmo fora da cadeira principal da Vogue.