Carlos Lopes lançou recentemente em Portugal, pela editora Tinta da China, um livro intitulado A Armadilha do Auto-Engano: Uma Visão Crítica das Relações Entre África e a Europa. O autor, que já atuou como conselheiro político do secretário-geral da ONU Kofi Annan e foi alto-representante da União Africana para as relações com a Europa, compartilha sua vasta experiência para evidenciar como os estigmas dificultam a relação entre África e Europa.
No podcast Na Terra dos Cacos, o professor da Nelson Mandela School of Public Governance da Universidade da Cidade do Cabo discute seu livro. A conversa aborda a armadilha que alimenta o paternalismo europeu e promove a desunião africana, propondo que os africanos se responsabilizem por definir os termos desta relação. Carlos Lopes sugere que, ao invés de democratizar África, uma alternativa seria africanizar a democracia.
No início do episódio, António Rodrigues e Elísio Macamo comentam sobre a mais recente cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Bissau. A reunião foi marcada pela ausência de líderes de Angola, Brasil e Portugal, além das declarações do Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, que descreveu as manifestações pós-eleitorais como parte de uma conspiração internacional da extrema-direita para afastar partidos históricos do poder.
Embora o discurso sobre conspiração internacional seja comum em países com governos de partido único, existe uma verdade na afirmação de que movimentos de extrema-direita utilizam táticas similares para pressionar partidos tradicionais e enfraquecer instituições democráticas.








