Em um contexto de tensões comerciais, os Estados Unidos anunciaram um aumento significativo de 50% nas tarifas sobre importações brasileiras, ao mesmo tempo em que parlamentares favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro aprovaram um reconhecimento ao presidente Donald Trump. Esta aprovação ocorreu na Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Câmara na manhã de quarta-feira, 9.
A iniciativa partiu do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que destaca a atuação de Trump nos cem primeiros dias de governo. Foram mencionadas políticas de proteção aos “valores familiares”, negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, a criação do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) anteriormente liderado por Elon Musk, e o perdão presidencial para os envolvidos no ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.
Na declaração, Sóstenes elogia Trump como um dos líderes mundiais exemplares em modernização democrática, com a moção recebendo 23 votos a favor e 5 contra na CRE, sendo a ala bolsonarista inteiramente a favor.
Impactos do Tarifazo e Reações Políticas
Após a implementação das tarifas, Sóstenes responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por causar a retaliação comercial. Segundo o deputado, Trump respondeu a provocações do presidente brasileiro, culpando-o pela ridicularização internacional que o Brasil enfrenta.
Segundo Cavalcante, “Trump não agiu, ele reagiu”, uma declaração compartilhada em seu perfil no X.
— Sóstenes Cavalcante (@DepSostenes) July 10, 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, utilizou suas redes sociais para responder a Trump. Lula argumenta que não há déficit comercial dos EUA com o Brasil e que as tarifas infratoras serão tratadas conforme a Lei de Reciprocidade Econômica. Em sua opinião, o Brasil manterá sua soberania e não permitirá intervenções externas.
Em resposta, Lula reiterou a independência soberana do Brasil.
— Lula (@LulaOficial) July 9, 2025
A moção surge como parte das estratégias de apoio a Bolsonaro no Congresso, buscando a intervenção dos EUA no processo judicial enfrentado por ele no Brasil. A articulação é comandada por Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), atualmente nos EUA e articulando com líderes da extrema-direita pró-Trump.
Trump justifica as novas tarifas mencionando a suposta perseguição judicial a Bolsonaro, que enfrenta acusações no STF de tentativa de golpe. Além disso, Trump está envolvido em uma ação judicial iniciada por sua empresa contra o ministro Alexandre de Moraes, por alegada censura no Brasil.