Ruanda anunciou sua saída da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), com a alegação de que a organização favorecia a República Democrática do Congo (RDC). Essa decisão foi oficializada após a prolongação da presidência da Guiné Equatorial durante uma cúpula realizada em Malabo.
Os líderes da CEEAC decidiram estender o mandato de Obiang Nguema Mbasogo como presidente em exercício por um ano, adiando assim a transferência da presidência para Ruanda. A conferência, que foi a 26ª sessão ordinária da CEEAC, refletia tensões entre Ruanda e RDC, agravadas pelos eventos recentes.
Reação de Ruanda
No comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Ruanda, autoridades expressaram que a “instrumentalização” da CEEAC pela RDC, com a conivência de alguns Estados-membros, viola os direitos do país conforme os textos constitutivos da organização. As autoridades de Kigali afirmaram que não havia justificativa para permanecer em uma entidade cujos princípios e objetivos estavam sendo comprometidos.
Kigali denunciou que a CEEAC havia ignorado deliberadamente o direito de Ruanda à presidência rotativa, o que, segundo eles, visava impor a vontade da RDC. Um comissário da CEEAC comentou que havia uma atmosfera tensa nas discussões entre os ministros dos dois países.
Objetivos da Cúpula
Os líderes da região se reuniram com a intenção de promover a paz e aumentar a integração regional. O presidente da Guiné Equatorial destacou os avanços em direção a uma comunidade mais solidária e próspera, além de enfatizar a importância da cooperação com a União Africana.
Durante a cimeira, foi aprovada a implementação da zona de comércio livre da CEEAC, prevista para ser lançada em 30 de agosto de 2025. Estiveram presentes na cúpula presidentes de Chade, Gabão, RDC, República do Congo e São Tomé e Príncipe, com deputados de Burundi e Ruanda também representando seus países em níveis diferentes.