Elizabeth Olegário Bezerra da Silva, doutoranda e pesquisadora do Centro de Humanidades da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, teve um papel central na organização da Semana de África 2025, realizada de 12 a 16 de maio em Lisboa.
A Semana de África, promovida pelo Núcleo de Estudos Africanos e Lusófonos e pelo CHAM/NOVA FCSH, celebra culturas africanas e afrodescendentes, promovendo arte, debates e encontros que estimulam a partilha e resistência na comunidade acadêmica. Para Elizabeth, o evento representa um importante “gesto político de afirmação e reconstrução coletiva do saber”.
Trajetória e Desafios
Nascida no bairro de Mãe Luiza em Natal (RN), Elizabeth destaca que sua trajetória acadêmica foi moldada por desafios sociais enfrentados desde a infância. Sua permanência na universidade pública brasileira foi possibilitada por políticas afirmativas que promoveram a inclusão de estudantes da classe trabalhadora.
Programação Diversificada
Durante a Semana de África, o evento incluiu mesas de debate, atividades culturais e apresentações artísticas com a participação de músicos, artistas visuais e acadêmicos de diversas áreas, como política, ativismo e jornalismo. Entre os convidados, estavam músicos renomados e figuras influentes em temas de migração e cultura.
Construção Coletiva e Inclusão
Além de organizar mesas e debates, Elizabeth é responsável pela articulação de convidados e gestão das redes sociais do Núcleo de Estudos Africanos e Lusófonos. A Semana de África é um esforço coletivo que fortalece a comunidade negra e promove debates relevantes.
A inserção de estudantes da NOVA FCSH também foi significativa, com a participação de líderes e pesquisadores. Um dos debates mais notáveis abordou questões de imigração, valorizando a diversificação de vozes e experiências.
Cultura e Celebridade
A programação também incluiu feiras de artesanato e mostras gastronômicas, promovendo um ambiente vibrante de celebração entre diferentes culturas e saberes. Elizabeth analisa os contrastes entre as universidades brasileira e europeia, ressaltando os avanços em políticas de inclusão no Brasil, em contraste com a invisibilidade de estudantes estrangeiros na Europa.
Avanços no Brasil
No Brasil, Elizabeth acompanha avanços políticos, como a aprovação da Lei nº 11.644 no Rio Grande do Norte, que institui a Semana da África no calendário estadual, propondo uma valorização das culturas afro-diaspóricas. Ela destaca a importância da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história africana nas escolas.
A deputada Divaneide Basílio reconhece a aprovação da lei como um passo significativo para fortalecer a identidade cultural.
Consciência Global
Elizabeth acredita que a articulação entre experiências locais e globais reforça a consciência negra e a valorização das heranças africanas. Para ela, a universidade pública deve ser um espaço de compromisso e pertencimento, essencial para a formação e decisão política.