Organizações não governamentais que defendem a liberdade de expressão e o trabalho da imprensa expressaram sua indignação em relação aos assassinatos de dois jornalistas na Faixa de Gaza, incluindo Hossam Shabat, da TV Al-Jazeera. Os ataques têm sido amplamente condenados, destacando a urgência de uma resposta da comunidade internacional.
A ONG Repórteres sem Fronteira (RSF) denuncia que o governo israelense está promovendo um “apagão da mídia”, resultado da morte de aproximadamente 200 profissionais da comunicação em Gaza desde o início da atual escalada de conflitos, em 7 de outubro de 2023. Desses, 43 jornalistas foram alvo enquanto exerciam suas funções.
responsabilidade internacional
Após os últimos assassinatos, a RSF fez um apelo à comunidade internacional, pedindo ação imediata para pressionar Israel a interromper a violência contra jornalistas palestinos. O caso de Hossam Shabat, que foi atingido por um drone israelense enquanto estava em seu veículo, ilustra a gravidade da situação na região. Com apenas 23 anos, Hossam era uma das vozes mais conhecidas na imprensa local e estava documentando os horrores da guerra no nordeste de Gaza.
Em uma mensagem tocante que ele havia deixado, Hossam expressou seu compromisso em transmitir a verdade sobre a realidade em Gaza, relatar os eventos minuto a minuto e se identificou como um alvo do governo israelense.
outros assassinatos reportados
Além de Hossam, o jornalista Mohammad Mansour, da TV Palestine Today, também foi assassinado. O Sindicato de Jornalistas Palestinos confirmou a notícia, reforçando a alarmante frequência de ataques direcionados à imprensa.
O Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ) também condenou veementemente os assassinatos, chamando a atenção para a necessidade de proteção imediata aos jornalistas e responsabilização de Israel pelas mortes. A organização destaca que, em um contexto de guerra, os jornalistas são civis e não devem ser alvo de ataques.
apagão da mídia na gaza
A RSF enfatiza que Israel tem tentado instaurar um controle sobre a mídia na região, rejeitando a permissão de acesso para jornalistas, mesmo durante períodos de trégua. Isso limita a possibilidade de cobertura independente e de denúncias sobre a realidade na Faixa de Gaza.
defesa das forças de defesa de israel
Em resposta aos assassinatos, as Forças de Defesa de Israel (FDI) alegaram que Hossam Shabat estaria vinculado ao Hamas, apresentando-o como um atirador de elite. No entanto, a RSF questiona a veracidade dessas alegações, afirmando que carecem de provas concretas que corroborariam tal associação.
A organização de defesa da liberdade de expressão ressalta que essas acusações não justificam os assassinatos e enfatiza que esse padrão tem-se repetido com outros jornalistas que foram mortos em circunstâncias semelhantes.
As declarações de Hossam ao CPJ reafirmam sua posição de não estar vinculado ao Hamas, insistindo que seu único propósito era informar e dar voz à sua comunidade. A evidência crescente de ataques à imprensa na região destaca a necessidade de uma resposta global para proteger os direitos dos jornalistas e garantir a liberdade de expressão em zonas de conflito.