Horas após a Casa Branca afirmar que a Ucrânia em breve assinará um acordo que permitirá aos Estados Unidos acessar suas reservas de minerais, Donald Trump, presidente americano, declarou que a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas negociações para encerrar a guerra não é significativa. As relações entre os dois líderes têm se tornado tensas nas últimas semanas, com a administração republicana demonstrando um alinhamento crescente com Vladimir Putin, presidente da Rússia.
Negociações sobre recursos minerais
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Michael Waltz, assegurou que Zelensky assinará o acordo a respeito dos depósitos minerais, ao mesmo tempo reconhecendo que isso será benéfico para a Ucrânia. Durante uma reunião na Casa Branca, Trump também destacou que a Ucrânia está em desvantagem nas negociações de paz, afirmando ter mantido boas conversas com o presidente russo, mas não com o ucraniano, que, segundo ele, se comporta de maneira desafiadora.
Relações e críticas
Recentemente, as críticas de Trump a Zelensky aumentaram após chamar o ucraniano de “ditador” e fazer afirmações incorretas sobre a origem do conflito. Trump se baseia na ideia, propagada por líderes russos, de que Zelensky deveria ter deixado o cargo em maio. Por outro lado, autoridades ucranianas argumentam que a invasão russa e a Lei Marcial no país impedem a realização de novas eleições.
Mudança na postura dos EUA
Os Estados Unidos, até então, foram o principal apoio financeiro e militar da Ucrânia, sustentando a posição da comunidade ocidental de que a guerra foi uma agressão russa. Contudo, a administração de Trump parece estar alterando os termos dessa ajuda, exigindo uma retribuição aos contribuintes americanos.
Zelensky, por sua vez, rejeitou a proposta do governo Trump de abrir mão de metade dos recursos do país em troca do apoio financeiro. O foco dos EUA, além dos minérios, abrange outros recursos, como petróleo e gás. A proposta visa garantir aos americanos metade dos rendimentos da Ucrânia provenientes da exploração de recursos naturais.
Propostas em discussão
A proposta de Trump sobre terras raras, essenciais para a indústria de defesa e tecnologia, estabelece um número de US$ 500 bilhões como compensação pelos investimentos americanos nos últimos três anos de conflito. Todavia, não está claro se essa exigência visa apenas compensação ou se se tornará uma condição para futuras ajudas.
Persistem desavenças, com emissários dos EUA, como o enviado especial Keith Kellogg, relatando reuniões bem-sucedidas com Zelensky, em contraste com a retórica dura de Trump. A recente sugestão de que a Ucrânia “baixe o tom e assine o acordo” por parte do conselheiro Waltz é um reflexo das tensões entre os países.
Críticas e defesas
A crise nas relações Ucrânia-EUA está marcada por críticas à abertura de diálogos entre Trump e Putin, com ucranianos e seus aliados considerando isso uma legitimação das demandas russas. Apesar das críticas, a Casa Branca defendeu que criar canais de diálogo é vital para o progresso nas negociações.
Trump também requer garantias de exploração das reservas minerais ucranianas por empresas dos Estados Unidos após a guerra, um tópico que Zelensky havia mostrado apoio anteriormente, mas que acabou sendo negado em negociações recentes.
A nova postura do governo americano é vista como uma mudança significativa na política externa, recebendo críticas de aliados tradicionais e elogios de Moscou. A legitimidade da eleição de Zelensky é reafirmada por líderes europeus, contrastando com as alegações de Trump sobre sua liderança.
O governo dos EUA continua a promover a ideia de que sua estratégia está facilitando a aproximação da Europa com a paz, enquanto navega por um cenário complicado de diplomacia e exigências por um retorno de investimentos na Ucrânia.







