quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Trump e o impacto do “G-Zero” na política e economia do Brasil

A ascensão do G-Zero no cenário global traz sérios desafios e incertezas para o Brasil, especialmente com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2025. Este novo contexto geopolítico, caracterizado pela ausência de uma liderança clara que promova um equilíbrio mundial, poderá intensificar as dificuldades econômicas e políticas em todo o planeta.

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Contexto do G-Zero e suas implicações

O conceito de G-Zero, desenvolvido por Ian Bremmer e Cliff Kupchan, representa um cenário onde não existe uma nação ou grupo de países capaz ou disposto a garantir estabilidade global. Este panorama se reflete em um aumento da imprevisibilidade nas relações internacionais, que pode se assemelhar aos períodos de crise da história, como o Entre-Guerras ou a Crise dos Mísseis.

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Embora o Brasil não figure entre as principais preocupações globais listadas pelos analistas do Eurasia Group, o país é mencionado como estando sob ameaça devido a um horizonte econômico desfavorável, especialmente para os mercados emergentes. A combinação de uma economia global mais frágil e uma pressão interna nas finanças brasileiras coloca em risco seu crescimento.

Perspectivas de crescimento e riscos econômicos

De acordo com as previsões, as economias emergentes enfrentarão diversas dificuldades em 2025, incluindo a possibilidade de uma desvalorização acentuada do real em um cenário de redução nos preços das commodities. Embora uma crise econômica generalizada seja considerada improvável, a recuperação do Brasil pode se tornar ainda mais desafiadora. O Banco Central, porém, deverá manter sua independência e seu compromisso com a meta de inflação.

A incerteza em relação ao futuro das relações comerciais, especialmente com o aumento das tarifas impostas pelos EUA a produtos chineses, pode ser uma faca de dois gumes para o Brasil. Se, por um lado, uma guerra comercial entre as duas potências pode abrir oportunidades, por outro, a estratégia de Trump poderá resultar em uma instabilidade que atingirá diretamente o mercado brasileiro.

Os riscos políticos também se intensificam. As preocupações sobre a reeleição de Luis Inácio Lula da Silva em 2026 são válidas, uma vez que um cenário global desfavorável pode favorecer candidaturas opositoras alinhadas a uma agenda mais favorável ao mercado. Além disso, a pressão interna contra o governo poderá se intensificar, exacerbando o clima político no Brasil.

Considerações finais

O panorama descrito pelo Eurasia Group sugere que o Brasil deve se preparar para um cenário complexo, onde as decisões políticas e econômicas em Washington terão impactos diretos em sua economia. A falta de comunicação clara entre o novo governo americano e Brasília pode dificultar a navegação em um ambiente já turbulento. Com a presença rotativa do Brasil nos BRICS, qualquer movimento que desafie a influência do dólar ou que demonstre apoio à China será observado com atenção.

Portanto, o Brasil precisa adotar uma postura cautelosa e estratégica em suas relações exteriores, ao mesmo tempo em que busca garantir estabilidade interna para enfrentar os desafios que surgirão nos próximos anos.


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