sábado, 25 de janeiro de 2025

Bolsonarismo e a relação com o chefe da diplomacia dos EUA

A política externa é um tema repleto de nuances, como evidenciado pelo novo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Em suas declarações, ele enfatiza a simplicidade das relações internacionais — um campo onde aliados são apoiados e adversários são combatidos. Esse contexto se torna ainda mais relevante com a ascensão de figuras bolsonaristas, que buscam estreitar laços com a nova administração americana.

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Alinhamento político e sanções

A conexão entre o bolsonarismo e o governo Trump, com Rubio à frente da diplomacia, gera preocupações sobre possíveis pressões e sanções direcionadas ao Brasil. A articulação de Eduardo Bolsonaro, um dos principais representantes do bolsonarismo no Congresso, visa mobilizar instituições dos EUA para apoiar a libertação de pessoas relacionadas aos eventos de 8 de janeiro e do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que o país não é mais uma democracia.

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Expectativas e contatos

Em um vídeo gravado nos EUA, Eduardo Bolsonaro definiu suas iniciativas como sua “causa de vida”, destacando sua estreita relação com deputados republicanos, especialmente com Maria Elvira Salazar, uma aliada próxima de Marco Rubio. Desde 2018, o deputado tem se dedicado a estabelecer contatos na extrema direita americana, acumulando mais de 80 eventos e encontros com líderes conservadores nos últimos cinco anos. Essa rede de contatos, por sua vez, poderia influenciar decisões do governo dos EUA em relação ao Brasil.

Rubio como facilitador

Marco Rubio é uma figura-chave nas interações entre o bolsonarismo e o governo dos EUA. Investigado por sua participação em tentativas de golpe no Brasil, Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, procurou Rubio em busca de apoio legal. Além disso, Steve Bannon, uma das influências mais proeminentes da direita americana, provocou Rubio para que houvesse sanções contra o Brasil, especialmente direcionadas a autoridades como o ministro Alexandre de Moraes.

Interferência política no Brasil

O novo governo dos EUA pode intervir nas questões brasileiras de diversas maneiras, como por meio do Congresso e de declarações públicas. Paulo Abrão, especialista em direitos humanos, acredita que o governo Trump buscará pressionar por sanções individuais contra autoridades brasileiras, especialmente aqueles envolvidos em processos legais contra o bolsonarismo. Rubio e outros aliados podem usar suas posições para mobilizar apoio legislativo a favor de uma narrativa bolsonarista, ao mesmo tempo que criticam as decisões de instituições brasileiras.

Relações históricas e políticas

Marco Rubio sempre demonstrou apoio a Jair Bolsonaro, descrevendo a sua ascensão como uma “nova era” na política brasileira. Ele defendeu a necessidade de um Brasil forte e alinhado aos interesses dos EUA, buscando fortalecer os laços comerciais e de defesa. Apesar da afinidade ideológica entre a direita brasileira e americana, existe uma relação de longa data entre os dois países, com o comércio bilateral sendo vital para ambos. O novo secretário de Estado rotulou Lula da Silva como um “líder da extrema esquerda”, o que destaca o distanciamento de sua agenda em relação aos governos anteriores do Brasil.

A relação entre o bolsonarismo e o novo chefe da diplomacia dos EUA reflete não apenas uma troca de apoio ideológico, mas também uma estratégia clara que pode moldar o futuro das relações internacionais entre Brasil e Estados Unidos.


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