Libéria, cuja capital é Monróvia, foi fundada em 1847 por escravizados libertos dos Estados Unidos na África Ocidental. No entanto, muitas pessoas desconhecem a trajetória dos ex-escravizados brasileiros que, a partir de 1835, deixaram o Brasil em busca de novas oportunidades e formaram comunidades afro-brasileiras no golfo do Benin. Este relato fascinante é abordado no livro “Os retornados”, resultado de uma extensa pesquisa realizada pelo diplomata Carlos Fonseca. Com formação em história pela Harvard Kennedy School e vasta experiência como fotojornalista, Fonseca oferece um panorama detalhado sobre essa parte significativa da história da diáspora africana.
A experiência dos ex-escravizados brasileiros na África é uma narrativa de luta e adaptação. Muitos desses indivíduos não apenas buscavam liberdade, mas também tentavam reconectar-se com suas raízes africanas e contribuir para a formação de novas sociedades. As comunidades que se estabeleceram no golfo do Benin refletem a riqueza cultural e a resiliência dos afro-brasileiros diante das adversidades enfrentadas ao longo da história.
Os estudos sobre as histórias de retornados são essenciais para compreendermos a complexidade das identidades afro-brasileiras e suas ligações com o continente africano. A obra de Carlos Fonseca destaca o papel essencial que esses ex-escravizados desempenharam na construção de um legado cultural e social que ainda ressoa nos dias de hoje, tanto no Brasil quanto na África.
Essa narrativa inspira reflexões sobre a diáspora africana e suas repercussões, além de trazer à luz aspectos frequentemente esquecidos da história brasileira. A saga dos ex-escravizados brasileiros que retornaram à África é um lembrete poderoso da busca por liberdade e identidade em um mundo repleto de desafios.