O Papa Francisco revelou ter sido alvo de uma tentativa de atentado suicida durante sua visita ao Iraque em 2021. Esta foi a primeira viagem de um pontífice católico ao país e possivelmente a mais arriscada de seus 11 anos de papado. Em um trecho publicado nesta terça-feira (17) de sua autobiografia que ainda será lançada, Francisco relatou que a polícia o informou, após sua chegada em Bagdá, em março de 2021, sobre dois homens-bomba conhecidos que estavam visando um dos eventos planejados para ele.
A visita do Papa à cidade de Mossul foi um momento crucial durante sua estadia no Iraque. Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, esteve sob o domínio do Estado Islâmico de 2014 a 2017. Durante sua visita, Francisco percorreu as ruínas de quatro igrejas destruídas e fez um apelo pela paz.
No trecho publicado, Francisco mencionou que o Vaticano foi alertado sobre a tentativa de assassinato pela inteligência britânica. Ele descreveu uma conversa com um oficial de segurança no dia seguinte, questionando sobre o que aconteceu com os agressores potencialmente perigosos. “O comandante respondeu de forma direta: ‘Eles não existem mais’. A polícia iraquiana os interceptou e neutralizou”, escreveu Francisco.
Durante a viagem, o Vaticano forneceu poucos detalhes sobre as medidas de segurança para o Papa. Muitos dos eventos foram restritos a um número limitado de pessoas, devido à flexibilização inicial das restrições da pandemia de Covid-19. O Iraque mobilizou milhares de agentes de segurança adicionais para proteger Francisco.
O Vaticano não respondeu a um pedido da Reuters por mais informações sobre os novos comentários do Papa. A nova autobiografia de Francisco, intitulada “Esperança”, será lançada em 14 de janeiro. Ele já havia publicado um livro de memórias em março deste ano.