domingo, 1 de dezembro de 2024

Argentina vota contra resolução da ONU sobre violência contra mulheres e meninas

A Argentina foi o único país a votar contra uma resolução da ONU que pede o fim da violência contra mulheres e meninas, em um episódio que gerou críticas internas e repercussões internacionais. A resolução foi aprovada por ampla maioria na Assembleia Geral das Nações Unidas, com 170 votos a favor, incluindo os de Brasil e Estados Unidos. Outros 13 países se abstiveram, entre eles Irã, Rússia, Coreia do Norte e Nicarágua.

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A proposta, votada nesta quinta-feira (14), visava “intensificar os esforços para prevenir e eliminar todas as formas de violência contra mulheres e meninas”, uma causa amplamente defendida no cenário internacional. A postura do governo argentino foi amplamente criticada nas redes sociais, com muitos usuários expressando indignação sobre o voto negativo do país. “Outra vergonha do governo Milei”, escreveu um usuário no X (antigo Twitter). “Passar vergonha na comunidade internacional, um tópico repetido no governo do imbecil do Milei”, comentou outro internauta.

Este não foi o primeiro voto controverso da Argentina na ONU desde a posse do novo governo de Javier Milei. Na segunda-feira (11), o país também se absteve em uma resolução sobre os direitos dos povos indígenas, sendo o único a adotar essa posição. Essa foi a primeira votação na ONU com a liderança da Chancelaria sob o comando do novo ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein.

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Repercussões internas e demissão do Chanceler

As recentes posturas diplomáticas da Argentina têm gerado turbulências internas. No final de outubro, o presidente Javier Milei demitiu a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, após o país votar a favor de uma resolução que pedia o fim do embargo comercial dos Estados Unidos a Cuba. A resolução foi aprovada com 187 votos favoráveis, incluindo o Brasil, enquanto Estados Unidos e Israel votaram contra.

Em comunicado oficial, o gabinete presidencial afirmou que a Argentina está passando por um período de “mudanças profundas”, e que o novo direcionamento da política externa busca alinhar o país às “características das democracias ocidentais”. O governo também anunciou que realizará uma auditoria na Chancelaria para identificar possíveis apoiadores de “agendas inimigas da liberdade”, uma referência às posições que não refletem os novos objetivos diplomáticos do governo Milei.

O alinhamento da Argentina com pautas globais tem sido um tema de debate no cenário internacional e doméstico, com o novo governo buscando estabelecer uma diplomacia mais voltada para os interesses de sua agenda interna, marcada por um viés econômico liberal e uma postura crítica a governos de esquerda.

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