Os argentinos preparam-se para ir às urnas e escolher um novo presidente no próximo domingo (22), em meio à maior crise cambial das últimas décadas e a uma disparada da inflação. São mais de 35 milhões de cidadãos aptos a votar.
Determinante na escolha do eleitor, a situação econômica tem se agravado na reta final da campanha, que se encerra nesta sexta-feira (20). A inflação chega aos 138,3% anuais, de acordo com a divulgação mais recente, realizada em 12 de outubro. Desde o início do ano, o preço dos alimentos subiu mais de 150%.
O peso argentino também tem acentuado seu declínio ante o dólar. Dois dias antes dos dados oficias de inflação serem divulgados, o valor de um dólar americano rompeu pela primeira vez o patamar de 1 mil pesos no câmbio paralelo, aquele que verdadeiramente vigora nas ruas do país.
Desde então, o câmbio tem se mantido próximo da marca histórica, pressionando ainda mais a inflação e jogando famílias inteiras na pobreza, flagelo que já atinge mais de 40% da população argentina.
Candidatos
Os três principais candidatos que despontam nas pesquisas de intenção de votos são Javier Milei, Sergio Massa e Patricia Bullrich.
Autodenominado “anarcocapitalista”, o economista Javier Milei costuma se expressar com bastante estridência e se coloca como representante de um liberalismo extremo. Entre suas propostas estão a redução drástica de subsídios e do aparato estatal, bem como a dolarização da economia, medida vista como inviável por economistas menos radicais.
O candidato da esquerda é Sergio Massa, do partido peronista União pela Pátria, atual ministro da Economia da Argentina. Massa é um político experiente, advogado, que conquistou as primárias de seu partido depois da terceira tentativa. Ele já foi também presidente da Câmara dos Deputados.
Já Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança, é ex-ministra da Segurança do governo Macri (2015-2019). A cientista política e jornalista é nascida em Buenos Aires e proveniente de uma aristocrática família argentina, com ligações centenárias no comércio de gado.
Regras
Para vencer no primeiro turno das eleições, é preciso que um dos candidatos receba ao menos 45% dos votos válidos – excluídos votos brancos e nulos. Pela constituição argentina, a vitória em primeiro turno também pode ocorrer caso algum dos candidatos receba apenas 40% dos votos válidos, mas com uma diferença de pelo menos dez pontos sobre o segundo mais votado.
Até o momento, as pesquisas não apontaram a possibilidade de nenhuma das situações e indicam um provável segundo turno.