A discordância entre o bloco ocidental liderado pelos Estados Unidos e a aliança entre Rússia e China dominou as discussões entre os chanceleres do G20, grupo das economias mais desenvolvidas do planeta, e travou a confecção de um comunicado conjunto sobre a Guerra da Ucrânia.
O novo embate, enquanto o Brasil testa sua intenção de ser mediador do conflito, ocorreu na cúpula ministerial em Nova Déli – onde os anfitriões, ávidos pelo petróleo abundante e barato da Rússia, buscam também a posição neutra defendida pelo Itamaraty.
Como no fim de semana, quando os ministros da Fazenda do G20 se reuniram em outra cidade indiana, Bangalore, não houve acordo sobre os termos de uma declaração. Chineses e seus aliados russos vetaram a ideia de uma condenação direta da invasão que completou um ano na sexta-feira passada.
O mal-estar foi definido no primeiro encontro após a guerra entre os chefes da diplomacia russa e norte-americana, Serguei Lavrov e Antony Blinken, antes da reunião plenária do evento. Ambos haviam se cruzado em reunião similar em Bali, em julho passado, mas não dialogaram. Eles falaram rapidamente por dez minutos, e concordaram em discordar.
“Nós temos que continuar a pedir que a Rússia encerre sua guerra de agressão e saia da Ucrânia, em nome da paz internacional e estabilidade econômica. Infelizmente, esse encontro foi novamente estragado pela guerra injustificada e não provocada”, afirmou Blinken em nota.
Segundo o Departamento de Estado, ele pediu que a Rússia reconsidere a volta ao último tratado de limitação de armas nucleares remanescente, o Novo Start, do qual Vladimir Putin suspendeu a participação de seu país na semana passada. E insistiu na retirada russa da Ucrânia.
A chancelaria russa foi ainda mais econômica, dizendo que Lavrov e Blinken se falaram “de passagem” e que nada substancial foi conversado.
Segundo a Rússia, a agenda do G20 foi tornada “uma farsa” pelo Ocidente, já que países como EUA e aliados buscaram culpar o Kremlin pelos problemas econômicos do mundo.






