É muito importante que as escolas efetivem as legislações antirracistas que fazem parte da educação para as relações étnico raciais no Brasil, que seria a Lei 10.639 de 2003, que torna obrigatório ensino de História e Cultura africana e afro-brasileira nos currículos da educação básica, e a Lei 11.645 de 2008, que torna obrigatório o ensino de História e Culturas indígenas no Brasil na educação básica.
Com a promoção dessas legislações, as pessoas vão ter uma construção de uma identidade positiva negra e indígena. E além disso, também é preciso que haja um olhar crítico sobre essas. Não somente a promoção da sabedoria dessas culturas, mas também um posicionamento crítico dentro das escolas sobre as realidades socioculturais, ambientais das populações negras, indígenas e quilombolas no nosso país.
É importante também que as pessoas racializadas, nesse sentido, que são as pessoas que têm a raça como uma condição de desigualdade dentro desse sistema, por exemplo, pessoas negras, indígenas, que elas criem organizações, movimentos sociais, coletivos, para promover uma autoconstrução coletiva dentro das cidades, dentro das florestas, para serem combatíveis, para criarem políticas públicas. E, sobretudo, para conseguirem compreender como o racismo está emaranhado dentro do sistema capitalista, sendo assim um movimento para além de um movimento antirracista, que ele seja um movimento anticapitalista que compreenda.
Como o capitalismo lucra a partir do racismo, da exploração do trabalho das pessoas racializadas, como o capitalismo rouba terras de pessoas racializadas desde o processo de colonização que foi um dos primeiros que é preciso entender que só a compreensão de antirracista não é suficiente, mas também o anti-machismo, a anti-lgbtfobia, para entender como as pessoas negras e indígenas também são diferentes entre si.