O cenário da coquetelaria tem se transformado significativamente nos últimos anos, em resposta à queda no consumo de álcool. Essa mudança é impulsionada por um novo perfil de consumidores, que priorizam saúde e bem-estar, e buscam experiências que não dependem exclusivamente de bebidas alcoólicas.
Adaptação à nova demanda
Com essa alteração nos hábitos de consumo, tanto bartenders quanto a indústria de bebidas têm se adaptado. Muitas casas de renome já estão desenvolvendo menus que incluem coquetéis sem álcool e opções de baixo teor alcoólico. Os bartenders estão explorando ingredientes inusitados, como fermentados naturais, shrubs e bitters artesanais, além de destilados sem álcool, proporcionando combinações tão complexas quanto os tradicionais drinques.
Movimento de sober curiosity
Pesquisas indicam que novas gerações, como os Millennials e a Geração Z, estão se afastando do consumo elevado de álcool. Nos Estados Unidos e na Europa, o movimento de sober curiosity está crescendo, com consumidores que buscam alternativas ao álcool sem abrir mão da vida social. Iniciativas como o Dry January e o aumento da oferta de destilados não alcoólicos são exemplos desse fenômeno.
Saúde e bem-estar como prioridade
A preocupação com saúde mental, qualidade do sono e desempenho profissional influencia a escolha de muitos por bebidas sem álcool. Essa mudança requer uma evolução por parte da coquetelaria, onde a experiência em um bar deve continuar sendo especial. O ato de consumir um coquetel está além do sabor, englobando textura, temperatura e apresentação.
Inovação nos coquetéis
O uso de produtos como o Seedlip exemplifica essa inovação. Essa marca de destilados sem álcool proporciona aromas e sabores complexos, permitindo a criação de coquetéis elaborados. Técnicas da alta gastronomia, como infusões e reduções, estão se tornando cada vez mais comuns em menus de coquetéis zero-proof, ou seja, sem álcool.
Perspectivas futuras
Os coquetéis não alcoólicos, que anteriormente eram considerados secundários, agora ocupam um papel central na coquetelaria contemporânea. Essa tendência não sugere um declínio do prazer em beber, mas sim uma redefinição do que caracteriza um coquetel. O desafio que se coloca é como a coquetelaria continuará a evoluir para atender essa nova geração de consumidores.