Em um país como o Brasil, que lidera rankings mundiais de transtornos de ansiedade e depressão, cresce a preocupação com as lacunas em diagnóstico e tratamento enfrentadas por quem vive em sofrimento psíquico. A demanda por soluções digitais inovadoras para ampliar o acesso a cuidados no âmbito de saúde mental tem aumentado.
Iniciativas Digitais em Saúde Mental
Um exemplo de iniciativa é a ferramenta para prevenção do suicídio desenvolvida pelo Instituto Ame sua Mente. Elaborado por psiquiatras e especialistas em saúde mental, o software é destinado a educadores para auxiliá-los na orientação de jovens em risco.
O chatbot, recurso que simula interações humanas, direciona professores para um canal onde eles acessam informações e recebem orientação sobre como reconhecer sinais de alerta e agir adequadamente, oferecendo apoio a quem precisa.
Eficácia em Análise
A eficácia desse tipo de abordagem tem sido alvo de estudos globais. Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine envolveu 210 indivíduos com sintomas de depressão e ansiedade, além de preocupações com imagem corporal. Divididos em dois grupos, um deles recebeu atendimento com um chatbot terapêutico, enquanto o outro aguardou para acessar o bot.
Os participantes do Therabot, um programa desenvolvido no Dartmouth College, nos Estados Unidos, apresentaram redução de até 50% nos sintomas após oito semanas de uso.
Opiniões de Especialistas
Na revista VEJA, a psicóloga Ilana Pinsky observou que, apesar do pequeno número de participantes e da incerteza sobre a durabilidade dos benefícios, os resultados são promissores. Conforme destacou, “é uma boa notícia, considerando que o acesso à terapia ainda é limitado em muitas partes do mundo devido ao custo, à disponibilidade de profissionais ou ao estigma”.
Avanços no Brasil
No Brasil, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração internacional, desenvolveram o aplicativo Conemo (Controle Emocional). Durante seis semanas, testaram seus efeitos em pessoas com doenças crônicas que apresentavam sinais de depressão leve. Os pacientes, com celulares equipados com o app, participaram de sessões de terapia automatizadas e foram encorajados a realizar atividades prazerosas como ouvir música, caminhar ou contatar amigos. As avaliações após três meses mostraram uma melhora significativa nos sintomas depressivos.
Premiações e Reconhecimento
Revelar iniciativas como essas é um dos objetivos do Prêmio Veja Saúde Oncoclínicas de Inovação Médica. Com sete categorias e 40 jurados, os trabalhos vencedores serão anunciados em outubro. Saiba mais sobre a premiação aqui.