18 de setembro de 2025
quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Por que repetimos padrões nas relações

Em muitas conversas interpessoais, há momentos em que alguém menciona: “Já vi esse filme!” Contudo, isso se refere a padrões repetitivos em relações amorosas, de amizade e profissionais. Afinal, qual a razão por trás da repetição desses comportamentos? Existe uma possibilidade de reconhecer esses padrões sozinho ou por meio de um amigo, e criar um enredo de vida diferente?

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O Retorno dos Padrões do Passado

Nossos padrões são frequentemente influenciados por experiências passadas, especialmente as da infância. Marcos Tarati, especialista em psicologia clínica, explica que a compulsão por repetição está ligada a um instinto inconsciente de reviver situações e relacionamentos mal resolvidos do passado.

De acordo com Tarati, essas atitudes são resultantes de “falhas do ambiente humano”, particularmente dos cuidadores primários na infância, que não proporcionaram suporte suficiente para permitir o amadurecimento emocional.

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Assim, padrões são recriados mesmo que causem sofrimento, pois se tornam familiares e normalizados. Muitas vezes, esses padrões são acompanhados por esperanças de superação e conquista, moldando nosso comportamento relacional.

Indivíduos que buscam reconhecimento em relações onde são desvalorizados exemplificam esse desejo inconsciente de alcançar um desfecho positivo.

Vigilância e Consciência

Tássia Borges, do Instituto Kleiniano de Psicanálise, sugere que existimos em rotinas internas e externas estabelecidas desde cedo na vida, influenciando nossos padrões emocionais e psíquicos.

Quando alguém comenta “Já vi esse filme!”, pode sinalizar que a pessoa está parcialmente ciente de suas tendências recorrentes. Essa observação deve ser vista como crítica construtiva em vez de negativa.

Verificar esses padrões é mais desafiador quando estamos emocionalmente envolvidos na situação. É por isso que comentários de observadores externos podem ser essenciais.

O Desafio da Mudança

Transformar um padrão comportamental não é fácil e exige paciência e reflexão. Essa transição é comparada a um mergulho em água gelada, passo a passo até a mudança completa.

Essa transformação geralmente começa em tempos de desalento ou tristeza, levando a uma introspeção sobre o que pode estar repetindo-se na vida

Entretanto, para efetivar mudanças, pode ser necessário apoio profissional, pois isso promove uma ressignificação de conceitos e vínculos anteriores.

Na psicanálise, essas transformações ocorrem gradualmente e muitas vezes sem nossa completa consciência.

Escuta e Acolhimento

Falar sobre padrões repetitivos requer mais do que uma conversa: requer um vínculo de qualidade onde uma pessoa possa falar honestamente e outra escutar com atenção.

É crucial evitar qualquer tom de superioridade e julgamentos e conduzir a conversa com empatia e respeito.

O foco deve estar em compreender e apoiar o outro da maneira que ele necessite.

Às vezes, uma avaliação imparcial de profissionais treinados como psicólogos ou psicanalistas pode ser necessária para lidar com questões dolorosas

Essa orientação é especialmente valiosa porque, ao comentar dentro do nosso círculo íntimo, podem surgir resistências a ouvir verdades difíceis.

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