Falar sobre dinheiro muitas vezes pode ser um desafio. Para diversos casais, este assunto carrega um peso, como se discutir finanças reduzisse o espaço para o afeto. No entanto, assim como o amor, o dinheiro influencia o cotidiano de muitas maneiras, seja nas decisões do presente ou nos planos futuros. No Brasil, por exemplo, as finanças são uma das principais causas de divórcios. Evitar a conversa sobre dinheiro pode criar problemas ocultos, enquanto tratá-lo com honestidade pode fortalecer a relação.
Quando as rendas são diferentes
Ignorar assuntos financeiros pode transformar pequenas diferenças em grandes conflitos. Segundo a especialista em planejamento financeiro Adriana Ricci, “o dinheiro afeta a autoestima, os sonhos, o emocional e a segurança. Quando o casal não discute isso, diferenças podem se tornar conflitos.”
Um dos principais desequilíbrios é quando um dos parceiros ganha significativamente mais. Adriana recomenda que a chave é abandonar a ideia de „meu e seu“ por „nosso“. A renda deve ser vista como da família.
É crucial evitar que o dinheiro se torne uma ferramenta de controle. Este problema pode surgir com discrepâncias salariais ou quando um parceiro não tem renda própria, seja por desemprego ou escolha. Um controle excessivo financeiro pode criar tensões indesejadas. Dividir a vida inclui também compartilhar o aspecto financeiro.
Um gasta mais que o outro, e agora?
Discutir finanças não deve ser um campo minado. Muitos conflitos surgem do modo como as discussões são conduzidas. Acusações devem ser evitadas, e sim buscar soluções em conjunto. Em vez de “você gastou demais”, o ideal é “como podemos melhorar juntos as finanças?”.
Perfis financeiros diferentes podem ser outra fonte de conflito. Enquanto um pode poupar, o outro pode ser impulsivo ao gastar. Uma solução prática sugerida é estabelecer uma parte do orçamento para gastos sem culpa, mantendo a individualidade e reduzindo brigas, desde que haja acordo entre o casal.
Conversar sobre contratos e acordos patrimoniais é sinal de maturidade. Planejamentos patrimoniais fortalecem, em vez de enfraquecer, relações saudáveis. Testamentos, registro conjunto de bens e combinação do que ocorre se houver uma ausência são cuidados amorosos.
Como manter o casal alinhado financeiramente
No dia a dia, ferramentas financeiras podem facilitar o controle do orçamento em casal. Há muitos aplicativos acessíveis que permitem controle conjunto das finanças. Entretanto, é necessário estabelecer um momento fixo para revisões. Estes encontros devem ocorrer pelo menos mensalmente para revisão das finanças.
Crises financeiras, como desemprego ou mudança de carreira, impactam não só financeiramente, mas também emocionalmente. O planejamento financeiro deve incluir reservas de emergência e seguros para proteger a família em crises.
Assim como em planos para filhos ou comprar imóvel, sonhos exigem organização. É essencial alinhar desejos e caminhos para alcançá-los, conciliando sonhos pessoais e coletivos.
O planejamento é a bússola do casal. Alinhamento fortalece a concretização de desejos pessoais e coletivos.