24 de julho de 2025
quinta-feira, 24 de julho de 2025

Como conversar sobre dinheiro com os filhos

Discutir sobre finanças sempre foi considerado um tabu em muitas famílias. Porém, ignorar essa conversa pode resultar em impactos negativos, tanto financeiros quanto emocionais. Muitos jovens atualmente enfrentam algo chamado ‘dismorfia financeira’, que é uma visão distorcida de sua situação econômica. Passar noções de educação financeira para as crianças desde cedo é essencial. No entanto, surge a dúvida sobre qual a idade apropriada para introduzir este tema e quais são as precauções necessárias para os pais.

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Segundo Roberto Ziemer, mestre em psicologia organizacional e cofundador do SoulWork, programa de mentoria que ajuda profissionais a alinhar trabalho e propósito, a fase ideal para começar a ensinar educação financeira às crianças é por volta dos 5 anos, idade em que elas começam a desenvolver o raciocínio lógico e têm capacidade de entender conceitos básicos de matemática.

A observação dos pais é crucial; a conversa deve ser iniciada assim que a criança demonstrar interesse pelo assunto, o que pode tornar o aprendizado mais significativo e excitante. Ainda que os pais não tenham tido educação financeira, eles podem aprender a guiar seus filhos no manejo do dinheiro, quebrando um ciclo de desconhecimento.

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Entendendo que dinheiro é mais que cifras

Ensinar sobre dinheiro vai além de apenas economizar. O dinheiro está associado a valores, medos e crenças profundamente arraigados, sendo transmitidos de geração em geração. É necessário refletir sobre o que se comunica, consciente ou inconscientemente, acerca do valor que se dá ao dinheiro, lidando com momentos de escassez, o que significa sucesso e a relação entre dinheiro e segurança.

Ziemer afirma que, ao conversar sobre dinheiro e explicar seu significado como transação, crianças e adolescentes se sentem mais confiantes em administrá-lo, desenvolvendo uma relação saudável com suas finanças.

A individualidade das famílias na educação financeira

Para cada família, a abordagem sobre dinheiro deve considerar seus valores e a maturidade das crianças. Não há fórmulas universais, uma vez que as prioridades e discursos evoluem a cada geração. Esse processo educativo possibilita romper com sentimentos negativos e permitir que as crianças façam escolhas financeiras conscientes.

As crianças aprendem observando o relacionamento dos pais com o dinheiro, sendo influenciadas por frases que escutam durante a infância, como “dinheiro não dá em árvore”. Tais mensagens, quando internalizadas, moldam as decisões futuras, inclusive profissionais.

Sem inserir abruptamente o tema na rotina, famílias deveriam abordar o assunto com naturalidade.

Estratégias para conversar sobre finanças no cotidiano

Roberto Ziemer sugere cinco estratégias para ensinar finanças aos filhos de modo saudável:

  • Fale sobre dinheiro com naturalidade: estimule perguntas e observe o interesse infantil, mostrando como os adultos gerem finanças;
  • Reavalie sua própria relação com o dinheiro: identifique seus gatilhos emocionais e evite que suas crenças sejam passadas adiante. Ensine pelo exemplo;
  • O passado não deve interferir: reconheça que experiências financeiras negativas do passado não definem o futuro;
  • Equilibre as dimensões material e existencial: evite o desencanto e a infelicidade dissociando finanças de valores;
  • Pratique gratidão: reconheça suas conquistas e evite uma mentalidade de escassez, mostrando que finanças são ferramentas para uma vida gratificante e não o objetivo principal.

Embora uma criança de 5 anos possa não entender conceitos complexos como investimentos ou dívidas, ela pode começar a entender princípios básicos como economizar para alcançar um objetivo ou fazer escolhas entre diferentes compras.

Ensinar a diferença entre necessidades e desejos

  • Necessidades versus desejos: Ajude as crianças a diferenciar entre o que precisam e o que querem;
  • Economia: Incentive-as a poupar parte de sua mesada;
  • Gastos: Ensine-os a fazer escolhas conscientes sobre como gastar o dinheiro;
  • Orçamento básico: Ajude-as a fazer um plano simples de gastos.

Ensinar a valoração do dinheiro como meio de alcançar conforto, sem associá-lo diretamente à felicidade, é essencial para que jovens cresçam com uma relação saudável com as finanças.

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