26 de julho de 2025
sábado, 26 de julho de 2025

Autodiagnóstico e excesso de medicalização alertam para riscos

O interesse pela saúde mental e bem-estar tem crescido significativamente no Brasil, indicando um movimento positivo e necessário. Contudo, essa busca por uma vida emocional mais equilibrada pode apresentar desafios, principalmente quando se trata de autodiagnóstico. A sociedade, constantemente exposta a estímulos e pressões, pode se ver em risco quando interpreta informações incorretamente, especialmente aquelas encontradas online.

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A internet, uma fonte rica de informações sobre saúde mental, ajuda a desmascarar estigmas e promove uma abordagem mais aberta à saúde psicológica. Entretanto, como diz o ditado, “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Assim, enquanto as redes sociais podem ser uma bênção, também têm o potencial de distorcer fatos e alimentar percepções equivocadas que ameaçam um cuidado genuíno com a saúde mental.

Riscos do Autodiagnóstico

O neurologista Ivar Brandi observa que a disponibilidade de informações online aumentou a conscientização sobre condições neuropsiquiátricas, incentivando a busca por diagnósticos. Houve um declínio no estigma em torno de certas condições mentais, mas o autodiagnóstico, baseado em testes online, é arriscado. Esses questionários muitas vezes não capturam a complexidade das condições neuropsiquiátricas, que requerem avaliação profissional juntamente com a história pessoal e o impacto dos sintomas em várias esferas da vida.

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TDAH, TEA, ansiedade, depressão e outras condições psicológicas, frequentemente abordadas superficialmente online, exemplificam como a simplificação dos sintomas pode resultar em diagnósticos imprecisos. Uma análise abrangente, que transcende a simples identificação de sintomas, é crucial.

Hiperdiagnóstico e Subdiagnóstico

A internet, se por um lado facilita o autodiagnóstico, por outro também alimenta o hiperdiagnóstico, um fenômeno impulsionado pelo conceito de neurodiversidade e políticas públicas de inclusão. O DSM-5 simplificou critérios diagnósticos, tornando-os mais acessíveis a diversos profissionais, aumentando assim o número de diagnósticos, mas também gerando preocupações sobre a banalização.

No Brasil, a desigualdade de acesso à saúde reflete-se também nesse contexto, com alguns beneficiando-se de diagnósticos e tratamentos, enquanto muitos permanecem sem avaliação adequada.

Medicalização Excessiva e Banalização

Diante deste cenário, a educação digital surge como um desafio. A sociedade, marcada pela medicalização excessiva e pelo imediatismo, muitas vezes valoriza mais a aparência do que o conteúdo. O tratamento de condições humanas naturais, como tristeza e ansiedade, nem sempre requer intervenção medicamentosa.

Exemplificando com o TDAH, diversas condições podem simular seus sintomas. Assim, uma avaliação médica precisa incluir a exclusão de outros diagnósticos semelhantes.

A banalização dos diagnósticos traz riscos, especialmente para aqueles realmente afetados por condições neurodivergentes, através da romantização e da redução da legitimidade de seus sintomas.

Caminhos Possíveis

Para lidar com esses desafios, a educação digital é vital. Medidas como a proibição de celulares nas escolas representam passos importantes, mas os pais ainda precisam entender os riscos do uso excessivo de telas. O neurologista sugere uma maior conscientização sobre o impacto das tecnologias contemporâneas na saúde mental.

Apesar dos desafios, o aumento observado na prevalência de condições neurodivergentes sublinha a necessidade de um compromisso coletivo com o cuidado e a inclusão no diagnóstico.

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