O Brasil apresenta avanços nos esportes olímpicos, como evidenciado nos desempenhos durante os Jogos Olímpicos de Tóquio e Paris. A melhoria das estruturas e condições de trabalho para os atletas, aliada ao crescente interesse de empresas em patrocinar eventos Olímpicos, contribui para esse cenário positivo.
A presença femina no esporte olímpico também se amplia, notável na delegação brasileira para os Jogos Paris 2024. Iniciativas como as Leis de Incentivo ao Esporte e o programa Bolsa Atleta visam fortalecer o desenvolvimento esportivo no país. Uma ação recente, envolvendo um patrocínio da Caixa e Loterias da Caixa ao Comitê Olímpico do Brasil, destina R$ 160 milhões para ações esportivas até 2028, preparando o país para os Jogos Olímpicos de Los Angeles.
Apesar dos progressos, o Brasil enfrenta desafios significativos para cultivar novos talentos. De acordo com especialistas, a falta de ações direcionadas para atrair jovens à prática esportiva pode comprometer o futuro dos esportes olímpicos. Fabiana Bentes, presidente do Instituto Sou do Esporte, ressalta a importância de criar iniciativas voltadas para a base do esporte, incentivando a participação de jovens e crianças.
A especialista enfatiza que é fundamental rever o enfoque atual sobre a formação de novos atletas. Fundos públicos devem ser direcionados a programas que incentivem a prática esportiva em comunidades carentes, garantindo que as crianças tenham acesso a diversas modalidades. Isso não apenas ampliaria as oportunidades de descoberta de talentos, mas também aumentaria o número de atletas potenciais no país.
Atualmente, o Brasil destaca atletas de renome como a ginasta Rebeca Andrade e a judoca Beatriz Souza. No entanto, a preocupação é que essas figuras sejam vistas como exceções em vez de padrão. Especialistas alertam que a ausência de políticas de base robustas em escolas, clubes e comunidades pode levar à escassez de novos atletas de elite no futuro.
Para Fabiana Bentes, o Brasil possui um enorme potencial esportivo que permanece inexplorado devido à falta de oportunidades adequadas. Com uma população superior a 200 milhões, o país poderia ter uma quantidade significativamente maior de atletas de destaque, caso as condições e investimentos certos fossem direcionados para a base do esporte.