Quando se fala em camisa 10, as pessoas automaticamente se lembram de craques como Pelé, Zico, Maradona e, atualmente, do craque Neymar. Outros jogadores entraram para a história vestindo essa camisa por seus clubes e suas seleções, a exemplo do francês Zinedine Zidane, carrasco do Brasil na copa de 98.
É justamente pela comparação com o craque francês que o ex-jogador, Erich Bomfim, ficou conhecido no início dos anos 2000. Erich atuou pelos principais clubes capixabas, além de jogar por Flamengo (RJ), Ceará (CE) e Juventus (SP).
O estilo de jogo elegante, rápido, perspicaz e intuitivo, com passes improváveis e assistências geniais, que chegavam a arrancar suspiros na arquibancada, tornaram Erich um nome impossível de ser esquecido da memória recente do futebol capixaba.
Essa habilidade diferenciada do meia, que jogou na quadra, no campo, na areia, e o fez se destacar nos três terrenos, tornou o ex-jogador, que atualmente é treinador do Porto Vitória, uma referência do esporte local.
Trajetória
Erich Bomfim começou a jogar futebol de campo com 13 anos pelo do Sesi de Jardim da Penha. Depois foi para o futsal, onde atuou por Álvares Cabral, Unesc e Aimorés, de Minas Gerais.
“Demorou para eu perceber o meu potencial, sempre ouvi que era bom, mas nem eu acreditava. Acho que só com 19, 20 anos a ficha começou a cair, por conta do desempenho sob pressão”, comentou.
A trajetória nos gramados teve reinício na Desportiva Ferroviária (1996). Depois o camisa 10 jogou pelo Rio Branco, Vitória e Serra, além de atuar em equipes de expressão nacional.
Em 2000, foi a vez de se dedicar ao beach soccer, atuando pela seleção capixaba e brasileira.
“Sobre títulos, são todos importantes e especiais, mas o de campeão brasileiro de futebol de areia, com a seleção capixaba, foi um levante na autoestima do esporte no Espírito Santo” disse o ex-camisa 10.
Treinador
A decisão de se tornar técnico veio com a percepção de que o rendimento físico já não acompanhava o dos atletas mais jovens. Foi quando ele resolveu fazer a faculdade de Educação Física, em 2005, para se especializar no assunto.
Erich treinou as equipes do Rio Branco, São Matheus, Vitória, Desportiva, entre outras. Foi tri campeão estadual de futsal; tri campeão estadual de beach soccer e, no campo, foi campeão capixaba de 2016, na Desportiva.
Hoje Erich é um dos principais treinadores do futebol capixaba. Ele comanda o Porto Vitória, que vai disputar pela primeira vez a série A do estadual.
Noite mágica
A maioria dos grandes jogadores tem uma partida em que a atuação foi realmente fora de série, brilhante. No caso de Erich, o jogo entre Rio Branco e Cruzeiro, pela Copa do Brasil, em 2003, transmitida em rede nacional, é a que ele carrega com carinho na memória.
O jogo aconteceu no Estádio Sumaré, em Cachoeiro do Itapemirim, com vitória de 4 a 2, do time mineiro. Sobre essa noite memorável, Erich ressalta a qualidade do Cruzeiro, que tinha Alex como camisa 10 e Wanderley Luxemburgo como treinador.
“Nesta temporada o Cruzeiro conquistou a tríplice coroa, tamanha a qualidade do elenco. Esse jogo foi muito importante. Foi uma vitória pessoal para mim como atleta e até como pessoa, pois eu havia acabado de voltar de sete meses no Flamengo sem nenhuma chance de jogar e acabei mostrando que eu poderia, sim, jogar em alto nível. Graças a Deus eu joguei muito bem, inclusive fazendo gol”, relembrou.
https://vimeo.com/767332375