Em junho de 2025, o Espírito Santo apresentou uma significativa redução de 86,5 mil pessoas inadimplentes em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Atualmente, aproximadamente 1,43 milhão de capixabas enfrentam dívidas em atraso, o que equivale a 34,2% da população do estado. Esse índice é 2,1 pontos percentuais inferior ao registrado em junho de 2024.
Análise dos dados
Os dados são provenientes do Connect Fecomércio-ES, que realiza a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) em parceria com a Confederação Nacional do Comércio. André Spalenza, coordenador de pesquisa do Connect, ressalta que apesar das flutuações mensais, o desempenho anual indica que muitas famílias estão conseguindo reestruturar seus orçamentos e honrar seus compromissos financeiros. “Mesmo diante dos desafios da economia, a redução na inadimplência aponta para um esforço contínuo das famílias em restaurar seu equilíbrio financeiro”, comenta.
Inadimplência entre renda baixa
Spalenza também observa que o recuo na inadimplência é mais acentuado entre os grupos de renda mais baixa. Famílias que ganham entre três e cinco salários mínimos viram a inadimplência cair de 37,4% para 28,1% ao longo de um ano, o que revela uma melhora na capacidade de pagamento desse segmento.
Dívidas e formas de endividamento
Os capixabas inadimplentes possuem, em média, 3,9 contas em atraso, com uma dívida média de R$ 5.827. O total das dívidas negativadas no estado alcança R$ 7,6 bilhões, com o cartão de crédito sendo a principal forma de endividamento.
Perspectiva de quitação de dívidas
Um ponto interessante da pesquisa é que 19% das famílias inadimplentes afirmam poder quitar parcial ou totalmente suas dívidas no próximo mês, sugerindo que parte da inadimplência pode ser temporária.
Taxa de endividamento
Sobre o total de endividados, que inclui pessoas com contas a vencer, a taxa de endividamento das famílias registrou um leve aumento de 0,3 ponto percentual entre maio e junho, alcançando 89,4%. Nas famílias com renda de até 10 salários mínimos, essa taxa passou de 90,4% para 90,9%. Em contrapartida, entre os grupos familiares com renda superior a 10 salários, houve uma redução de 1 ponto percentual na taxa de endividamento, que agora é de 79,5%.
A pesquisa completa, com dados detalhados, pode ser acessada através do Portal do Comércio-ES.